quarta-feira, 30 de julho de 2014

E agora, José?

E agora, meu pai? A festa acabou, a luz apagou. 

Há sete dias, o mundo se tornou menos alegre, menos divertido, menos interessante, menos rock'n'roll. 

E agora?

Eu não sei como viver num mundo onde você não esteja esperando ansiosamente por boas notícias minhas. Não sei viver num mundo onde você não esteja vibrando pelas minhas conquistas. Não sei como chegar ao fim do dia sabendo que você não está esperando a minha ligação. Não sei o que fazer para me livrar desse aperto constante no meu peito. Não sei como seguir em frente chorando. Não sei parar de chorar. Não sei parar de pensar em você e na falta que a sua simples existência vai me fazer. 

Você me ensinou que, na vida, o que realmente importa não são as nossas conquistas materiais. Você me ensinou que não precisamos de muito para sermos felizes. Você me ensinou que o tempo e a distância não nos afastam das pessoas que amamos. Você me ensinou que o bom humor pode aliviar muitas dores. Você me ensinou que problema sem solução é problema resolvido. Você me ensinou a não economizar centavos naquilo que vai me fazer muito feliz. Você me ensinou que alegria compartilhada é alegria multiplicada. Você me ensinou que devemos cuidar dos nossos pais e dos nossos irmãos até o fim. Você me ensinou que a dureza da vida nos torna mais moles, mais sensíveis, mais chorões, e que isso é bom. Você me ensinou que é possível superar qualquer obstáculo. Você me ensinou a andar. Você me ensinou a amar. Você me ensinou a rir mais do que chorar. Você me ensinou tantas coisas que, talvez, nem eu mesma tenha consciência ainda. Mas você não me ensinou a viver sem o seu amor, sem a sua atenção, sem a sua preocupação, sem a sua necessidade de me ver, de me ouvir, de me aconselhar, de me fazer sorrir.

E agora, meu pai?

Agora eu vou ter que aprender tudo de novo. Não vai ser nada fácil, mas eu sei que vou conseguir porque devo isso a você. Sei que a minha felicidade e a felicidade dos meus irmãos era sua realização. Então, olhe por nós daí. Por aqui, nós vamos levando. Vamos reaprendendo...

É uma pena que você tenha partido tão cedo, pai. Nunca vou entender e nem me recuperar dessa perda. A dor e a saudade serão minhas companheiras para sempre. Mas tenha certeza, meu pai, de que eu vou me inspirar na sua leveza, no seu bom humor incomparável, e procurar te dar orgulho, paz e tranquilidade até o último dia da minha vida. 

Te amo para sempre.


sexta-feira, 20 de junho de 2014

Um dia daqueles...

Hoje foi um dia daqueles. 

Feriado nacional. Acordei às 15h, tomei um banho quente e demorado, lavei a louça do jantar da noite anterior e me sentei para assistir ao jogo Uruguai x Inglaterra pela Copa do Mundo. Às 17h, fui elogiada pelo meu sorriso num dia tão banal. Às 18h, fui ao supermercado comprar não as coisas que eu precisava, mas as que eu queria. Entre outros itens, comprei lindos camarões para preparar um estrogonofe especial; comprei aquele sorvete de doce de leite que é o melhor do mundo; comprei um jogo de fondue para curtir o inverno do jeito que eu mais gosto: comendo bem, em boa companhia. Voltei para casa, enchi uma taça de vinho tinto e cozinhei. O  jantar foi saboreado com prazer, não apenas porque a comida estava deliciosa, mas porque a tranquilidade do dia conduziu a uma noite ainda mais agradável. Ao fim da noite, fiz as unhas e o cabelo não para ir alguma festa, e sim para, simplesmente, me sentir bonita.

Hoje foi um dia daqueles.

Foi um daqueles dias em nos damos conta de que a felicidade não está lá no final da caminhada. Ela está ao nosso lado, o tempo todo. Nós é que - à espera de acontecimentos grandiosos, conquistas inacreditáveis, aquisições de causar inveja a qualquer mortal - deixamos os singelos momentos de alegria passarem batido. Não percebemos que são esses detalhes que fazem toda a luta diária valer a pena, porque gostamos de pensar que lutamos por coisas maiores do que um simples feriado de Corpus Christi em casa, com boa comida, boa companhia e nenhuma incomodação. Gostamos de pensar e de dizer em alto e bom som que estamos trabalhando muito agora para ter tranquilidade, sossego e felicidade no futuro. Não deixa de ser verdade, é claro. O grande risco é fecharmos os olhos ao que a vida nos proporciona neste exato momento. É o presente que vivemos. O futuro não existe. 

Hoje foi um dia daqueles.

Nada grandioso aconteceu na minha vida. Não tive nenhuma surpresa espetacular. Não ganhei um anel de diamantes. Não faturei cem milhões de reais na Mega Sena. Não recebi um prêmio Nobel. Não fui eleita a professora do ano. Não fui a nenhum jogo da Copa. Não fui passar o feriado na Serra. Não fui a nenhuma festa de gala desfilar meus cabelos impecavelmente lisos e minhas unhas vermelhas. Nada disso. Nada de mais. Apenas um dia aproveitado no sossego da minha casa, com simplicidade, com alegria, com amor, com sorrisos... 

Hoje foi um dia daqueles em que percebemos que não precisamos esperar para ser felizes amanhã. A felicidade não pode ser apenas uma musa inspiradora, porém inalcançável. Ela é real. Ela existe de fato. E nem precisamos procurar tanto assim. Basta abrirmos os olhos e o coração.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Veja você...

Você está feliz. Feliz demais. Feliz como nunca esteve antes em toda sua vida. Tudo parece dar certo. Oportunidades maravilhosas aparecem por todos os lados. A sensação é de euforia. O sorriso transborda dos lábios e invade os olhos e todo o resto do corpo. 

E é nesse exato momento que o chão desaparece sob seus pés. É no momento de extrema felicidade que a vida acha um jeito de mostrar que quando a esmola é demais, o santo desconfia. É quando você sente que está no ponto alto de sua vida que a queda se torna inevitável. E você cai. O tombo é rápido, mas doloroso. Então você chora. Você se desespera. Você quer jogar tudo para o alto, sem pensar nas consequências. Recomeçar, mais uma vez. 

Aí você se recolhe com seu sofrimento. Derrama todas as lágrimas que existem em você até secar a fonte por completo. Pensa. Pensa. E pensa mais um pouco. Considera todas as opções disponíveis. Reflete sobre tudo o que enfrentou para chegar onde está. Sobre todas as caras feias que teve de ignorar para provar que suas escolhas não foram equivocadas. Sobre todas as conquistas realizadas com tanto esforço e dedicação. Sobre como seria sua vida se viesse a se decidir pela mudança radical. E nota que não é nada disso que você quer. 

Você quer que sua vida continue exatamente como está. Deseja continuar a caminhada já iniciada, não começar uma nova. Você quer encarar seus medos e inseguranças. Mais do que isso, você quer superá-los. Você deseja sinceramente esquecer e perdoar todas as falhas, todos os problemas, todos os erros cometidos. Você está em busca de forças para levantar a pedra que deve ser colocada sobre tudo isso. E então você decide se dar essa oportunidade.

E o que seria isso senão, de fato,  um novo começo? Um começo novo para uma velha história. Uma história que não merece receber um ponto final justamente no seu ápice. 

É. A vida é mesmo um jogo estranho. E, como em qualquer jogo, não se pode vencer sempre. Mas para quem não lida muito bem com a derrota, a revanche é sempre bem vinda.



"Já não vejo motivos
Pro amor de tantas rugas
Não ter o seu lugar...

É só lembrar que o amor é tão maior
Que estamos sós no céu"




quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Todo sentimento

Sinto
Sinto tudo, sinto demais
Sinto falta, sindo dor
Sinto alegria e sinto vontades
Quero a sua companhia o tempo todo

E aprecio os momentos de solidão
Faço coisas pensando em mim
Pensando em mim, faço coisas por você
Todo o sentido da vida se altera
Quando o mundo é você e eu

Sinto o sangue quente
Sinto a pulsação acelerada
Sinto o ar se esvair
Sinto o suor escorrer
Sinto meus olhos se fechando lentamente

Meu corpo fala
Meus olhos não conseguem disfarçar
Meu sorriso cresce
Minhas lágrimas têm múltiplos significados
Minhas sensações são sempre intensas

Entrego a você
Meu coração e meus pensamentos
Meus desejos e minhas atitudes
Minhas escolhas e minhas vitórias
Minhas alegrias e minhas tristezas

Dedico a você
Todo sentimento
Que explode sob a minha pele
Desejo que viva em você
Todo o amor que há em mim.







segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Da renovação

O ser humano tende a se acomodar - no trabalho, no jeito de se vestir, de se alimentar, de se relacionar com pessoas em diversos âmbitos. Tendemos a achar que se está bom de determinado jeito, não precisamos rever, repensar, reorganizar nada. Gostamos de pensar que aquele emprego vai continuar sendo nosso, que aquelas roupas sempre vão servir, que aquela comida gostosa sempre vai fazer bem, que aquele relacionamento nunca vai se abalar. E de repente, perdemos o emprego, a calça não entra mais, a comida engorda, e o relacionamento entra em crise. Assim, sem mais nem menos. Colapso total. 

O tempo passa, e aprendemos que nada acontece sem mais nem menos, de uma hora para outra. Tudo na vida é um processo. O que colhemos hoje é resultado do que fomos plantando ao longo dos dias. Cedo ou tarde, chega a hora da colheita, e não podemos fugir dela e nem torná-la responsabilidade de outra pessoa além de nós mesmos. O problema é quando a colheita não é satisfatória. Esse é o momento de pensar sobre atitudes que conduziram ao resultado que se apresenta. É hora de reavaliar pensamentos, escolhas, objetivos, necessidades. E, principalmente, é tempo de pensar sobre o que precisa ser modificado.

Mudar significa sair da zona de conforto. Deixar de lado aqueles velhos hábitos, inclusive aqueles que estão lá no nosso dia-a-dia, sem sequer nos darmos conta deles. Aceitar que as pessoas à nossa volta pensam e sentem as coisas de formas diferentes; que aquilo de falamos de forma tão natural e sem más intenções pode machucar quem está ao nosso lado; que o que deixamos de falar também pode ser interpretado de maneira equivocada. Mudar é evoluir. 

Evoluir é o que todos desejam, mas só acontece quando sabemos o que queremos. Quando temos certeza de onde queremos chegar, traçamos caminhos e buscamos maneiras de percorrê-los. Quando esbarramos numa parede intransponível, podemos escolher entre sentar e esperar que a parede se desintegre sozinha, ou retornar ao ponto de partida e refazer a rota. É difícil. É cansativo. É doloroso. É necessário. 

E como é bom chegar lá depois de todos os tropeços e recomeços... Como é bom saber que a vida nos dá novas chances. Como é bom saber que temos a capacidade de parar tudo, mudar tudo, começar tudo de novo. Como é bom jogar fora as roupas velhas e encher os armários com coisas novinhas em folha. Como é bom conviver com pessoas que nos mostram onde estamos errando e nos ajudam a crescer. 

A vida é boa e cheia de possibilidades. Precisamos nos desprender daquilo que nos deixa ancorados sempre no mesmo lugar. Precisamos não ter medo de enfrentar os obstáculos. Precisamos saber agir quando isso nos é exigido, mesmo que signifique adotar maneiras totalmente diferentes daquelas com as quais estamos acostumados. Precisamos ceder de vez em quando. Precisamos nos relacionar com pessoas que nos fazem bem, pois são elas que nos ajudam a encontrar nossos caminhos. Precisamos cuidar de quem cuida de nós.  


quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Crônica de Infância: da superação de um grande trauma

Aos 5 anos de idade, ela acordava cedo todos os dias para assistir ao Show da Xuxa. Usava roupa da Xuxa, tênis e sandálias da Xuxa, acessórios da Xuxa, cosméticos da Xuxa. Atormentava a vida dos pais cada vez que a Xuxa lançava um novo LP. Sonhava em passear na nave da Xuxa e tomar café da manhã com a Xuxa. Sonhava também em ser Paquita e sabia todas as músicas e coreografias de cor. 

Um dia, ao chegar da escola, sai em busca da sua fita cassete das Paquitas para praticar um pouco antes de fazer as tarefas de casa e encontra, colado na fita, um adesivo escrito Chico Buarque, com a letra do pai. Ingenuamente, arranca fora o adesivo de uma só força. "Chico Buarque? Quem é esse? Essa é minha fita das Paquitas!" Coloca a fita para tocar e leva o primeiro grande susto de sua vida: o som quem vem dela não se parece em nada com o "Quem quer pão, pão, pão, pão? Bom estar contigo na televisão...". No lugar da alegre melodia das garotas, saía uma música velha, chata, parada, na voz de um homem claramente velho, chato e parado, esperando uma tal de banda velha, chata e parada passar. Banda? Que história é essa de banda, meu Deus? 

Ela chora. Ela se desespera. Ela quer acordar desse pesadelo. Se naquele tempo os telefones celulares existissem e fossem objetos tão corriqueiros como são hoje, ela teria ligado imediatamente para o pai, a cobrar, sem dó nem piedade, para perguntar que droga de Chico Buarque era aquele gravado na sua fita das Paquitas. Tudo o que podia fazer, no entanto, era chorar. Chorar e  procurar um LP da Xuxa para ouvir enquanto se lamentava. Vida injusta!

O tempo passou, e o trauma foi superado sem maiores dificuldades. Na adolescência, ela descobriu  Legião Urbana, Paralamas, Barão Vermelho, Titãs. Contraditoriamente, como qualquer adolescente daquele tempo, descobriu que a melhor banda do mundo era na verdade Backstreet Boys, que o melhor canal de televisão do mundo era a MTV e que a melhor maneira de utilizar o dinheiro que ganhava do pai toda semana era no shopping, no McDonald's e em revistas e pôsteres dos artistas que tanto admirava. Enquanto isso, seus pais continuavam ouvindo as músicas daquele velho que arruinara com seu sonho de infância.

Lá pelos 16 anos, já se achando muito adulta, naturalmente, ela resolveu dar uma conferida nos discos do Chico Buarque que havia em sua casa. Escondido, é claro. Ouviu uma vez. Ouviu outra vez. E de novo. E de novo. Achou que seria legal ter as letras, para poder cantar junto. Leu uma por uma. Cantou uma por uma. E fez isso vários dias seguidos. 

Deu o braço a torcer. Não que o velhinho é bom? Depois disso, descobriu Tom Jobim, Toquinho, Vinícius, Caetano, Gil, Djavan e por aí vai. Sem se dar conta, se tornou fã, amante e defensora da música popular brasileira. 

Aos 17, entrou na faculdade de Letras. Mergulhou na literatura brasileira. Descobriu sua mais nova paixão. Descobriu também que aquele mesmo Chico Buarque das músicas escrevia livros. Escreveu um trabalho de conclusão de curso e uma dissertação de mestrado sobre os romances dele. Comprou todos os discos, dvds e livros sobre o assunto que encontrou pela frente. Abarrotou as prateleiras de casa com uma biblioteca de primeira qualidade.

Hoje, aos 30, ela se recorda com nostalgia e nenhuma vergonha das tardes que passava dançando ao som da rainha dos baixinhos e suas garotas. Ela se diverte ao lembrar-se do seu primeiro grande trauma. Ela chora de saudade do pai, que agora mora longe. Ela agradece à mãe, por ter lhe influenciado tanto no seu gosto pela arte e pela cultura. Ela se emociona ao ouvir certas canções do Chico Buarque que lhe tocam o fundo da alma. Ela lê e se dedica com afinco à difícil tarefa de formar novos leitores e novos admiradores de todas as formas de arte.

Ela entende que o amadurecimento é um processo longo e cheio de etapas - todas elas inesquecíveis e indispensáveis. Agora ela só deseja continuar aprendendo e crescendo, com o pai, com a mãe, com os amigos, com os alunos, com os livros... pois tem a certeza de que se chegar o dia em que acreditará saber tudo sobre todas as coisas, sua vida terá chegado ao fim.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Mais um ano, menos um ano...

O último post tem mais de um ano. Falava sobre os meus recém completos 29 anos. Pois bem. Agora já completei 30. Entrei em crise vários meses antes do meu aniversário. Senti a velhice em cada molécula do meu corpo, pelo simples fato de estar completando três décadas de vida. Quanta bobagem...

Na virada dos 29 para os 30, muitas mudanças ocorreram. E muitas outras coisas continuam exatamente iguais. As mudanças não tem nada a ver com a quantidade de anos que tenho acumulados. Tem a ver com minha experiência, com meu trabalho, com minha evolução pessoal. O que não mudou, continua igual simplesmente porque eu não quero que seja diferente.

2013, que ainda não acabou, mas já está mais para lá do que para cá, foi um ano corrido como todos os outros. Cheio de atividades, cheio de planos, cheio de problemas e cheio de alegrias, como acredito que serão todos os próximos. 2013 me trouxe muito crescimento pessoal e profissional. Tomei decisões, coloquei-as em prática e enxerguei resultados. E com muita ansiedade espero por mais resultados nesse restinho de ano. 

O tempo parece cada vez mais acelerado. Chegamos a mais um final ano e ainda me pergunto: tão rápido? Como? Por quê? Por que é que na infância o Natal demora tanto a chegar? Provavelmente porque esperamos por ele com tanta ansiedade e não temos muito com o que ocupar a cabeça ao longo dos dias. Hoje, o final de ano significa correria, trabalho em excesso, prazos, fechamentos. Ninguém morre de vontade disso. Queremos férias, verão, praia. Claro que sim. E é essa contradição que gera o misto de angústia e euforia que me toma nessa época. 

Gostaria de ter mais tempo. Gostaria que o dia tivesse mais horas. Aí penso que se eu tivesse mais tempo e o dia tivesse mais horas, provavelmente seriam preenchidos com mais trabalho. Pensando bem, está bom assim. Com toda a loucura, com toda a falta de tempo que todos adoramos gritar aos sete ventos, consegui manter o meu trabalho em dia; consegui iniciar uma nova etapa na minha vida profissional - o ensino superior; consegui retomar minha vida acadêmica, que estava estagnada havia 4 anos; consegui cuidar da minha saúde; celebrei meus 30 anos ao lado de familiares e amigos realmente importantes para mim - gente que está na minha vida há mais de uma década e também os que entraram nela há menos tempo. Enfim, acho que termino o ano de 2013 com saldo positivo. E o melhor de tudo, cheia de expectativas.

Só desejo que os últimos dias deste ano reservem mais alegrias - para mim e para as pessoas com quem me importo. Desejo que as lágrimas de angústia sejam logo substituídas pelo suspiro de alívio e tranquilidade e pela sensação de dever cumprido. Desejo que a vida continue sendo generosa comigo e que meus momentos de estresse elevado à milésima potência não me transformem numa pessoa amarga - que façam de mim apenas uma pessoa normal, que tem altos e baixos como qualquer outra. Desejo continuar podendo compartilhar minhas tristezas e meus sucessos com as pessoas que contribuem para que eu me considere, de fato, uma pessoa abençoada. Desejo que essas mesmas pessoas nunca deixem de enxergar em mim uma fonte de apoio, carinho e atenção. Desejo, desejo, desejo... Desejo uma infinidade de coisas. E sei que obtê-las depende, acima de tudo, de mim mesma. 

"Por seres tão inventivo

E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo tempo tempo tempo..."

Caetano Veloso