sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Invejinha EnTHulhada

Muito por acaso, descobri AGORA um blog pelo qual me apaixonei instantaneamente. Chama-se EnTHulho Musical e é de autoria de Thiago Henrick. Aos que apreciam o melhor da música brasileira, recomendo uma visita. Aos que não se interessam tanto assim, mas estão curiosos para saber a razão do meu encantamento, tomo a liberdade de citar um post inteirinho, que me provocou uma certa inveja, devo confessar. É uma inveja boa, que nos assola quando nos deparamos com uma obra bem feita, que gostaríamos de ter feito nós mesmos.

Ao ler o tal post sobre Chico Buarque, me identifiquei com as palavras do Thiago imediatamente. O texto é muito bem escrito e descreve muito da minha relação com a obra do Chico. Formidável. 

Sem mais blá blá blá, aí vai a cópia, com os devidos créditos ao autor:


A GRIFFE BUARQUE DE HOLLANDA (CRÔNICA)*




Desde pequeno lembro que Chico Buarque representava um sentimento próximo da unanimidade em termos intelectuais. Os mais velhos não admitiam que falassem mal de sua obra, e os mais novos mantinham o respeito à opinião adulta em massa.
A priori, como toda criança, achava Chico “coisa de gente velha” e não via graça nenhuma nas canções. Era comum ouvir “Cálice” no mais alto volume no aparelho de meu avô, e, na minha simplicidade, zombar dos erros de pronuncia “pai, afaste de mim e se cale-se” ou estranhar a parceria com Milton Nascimento em “O que será, que será” - era esquisito ouvir dois homens de vozes tão diferentes interagindo tão bem. Chico só se fazia atraente aos meus ouvidos quando chegava próximo do meu universo infantil cantando as músicas dos “Saltimbancos” ou na acertada parceria com Simone com a bela “Iolanda” (que me remete a uma tia já falecida, que tinha este nome).
Na adolescência, a letra de “Construção” era alvo favorito de análises gramaticais das professoras de português, lembro de lições sobre a mesma na sexta e na oitava série, e até de uma prova que tinha a letra inteira numa questão. E tentar decorá-la foi talvez meu primeiro “encanto” e familiaridade com a obra de Chico. Daí a se aprofundar foi um pulo - com as aulas de História e a criação de alguma consciência política, vieram as identificações com as ideias de Chico, de um bom senso sem tamanho. Passei a saber mais de sua vida. Maravilhei-me com as peças teatrais escritas, os poemas realizados. Encontrei músicas tão políticas, emblemáticas, românticas, verdadeiras, piadistas, sinceras, humanas e divertidas! Jogos de palavras geniais e uma capacidade quase sobre-humana de colocar o eu-lírico feminino em evidência e com uma perfeição espetacular.
Passada a fase do encanto cego, passei a digerir mais o pensamento de que, tudo em demasia, é cansativo. O culto a Chico, de tão grande que se perfez ou inalcançável que se firmou, inevitavelmente trouxe uma “dose de realidade’. Chico não é semideus e, a despeito da grandiosidade de sua obra, é um brasileiro com tantos defeitos quantos forem necessários. É conhecido seu lado mulherengo, verificado até em pequenos escândalos não generalizados, assim como a gente aceita o fato dele, hoje em dia, não lançar nada mais do que o óbvio e enfadonho, querendo justificativa no “já ter contribuído demais com a música brasileira e não precisar provar mais nada”.
O que os fanáticos e admiradores de suas melhores obras precisam enxergar é que a grandiosidade se verifica justamente no Chico humano. O que tem mau humor, o que trai, o que toma decisões políticas discordantes (vi o cumulo: pessoas apoiando Dilma apenas porque Chico disse que votaria nela!). A griffe Buarque de Hollanda às vezes se comporta como “as vitrines” – são atraentes a ponto de chamar muita gente que sequer entende o que se está por trás do produto. Ele não deveria ser quase unanimidade ao ser elencado quando se quer mostrar que é intelectual, a ponto de persegui-lo por todos os seguimentos e parâmetros inimagináveis. O efeito obtido é exatamente o oposto: ao invés de ser chic e Cult, nada mais são do que pessoas vazias e de opiniões copiadas com papel carbono e da profundidade de um pires.
O Chico humano não deveria ser tão formador de opiniões como é. Ele não é muito diferente de tantos cidadãos que estão por aí e, como “gente humilde’, não tem mesmo pretensão de ser! Tem suas opiniões como qualquer outro, até sobre assuntos que não dizem nada a ele, mas não há necessidade alguma de endeusá-lo por conta das glórias de suas obras.
Razoabilidade ainda se pede
!

*Thiago Henrick - EnTHulho Musical - 29 de outubro de 2010.

2010

Um ano que começou com festas, bebedeiras e muitos novos amigos. Janeiro e fevereiro passaram assim, com uma magia toda especial. Naquele momento, era tudo que eu queria; meu ideal de paraíso.

Em março, o que deveria representar um inevitável choque de realidade foi somente uma redução no ritmo desenfreado da curtição. O retorno ao trabalho me obrigou a dar uma sossegada, mas não cessou a loucura dos  finais de semana.

Abril e maio trouxeram uma certa tranquilidade, talvez devido ao fim do verão. Além disso, algumas confusões acabaram por dividir definitivamente o grande grupo de amigos que havia se formado poucos meses antes. O clima de curtição deu lugar a uma atmosfera pesada, que nunca mais nos deixou.

Na virada de maio para junho, sofri com a perda daquela que, durante aproximadamente cinco meses, foi a pessoa mais presente em minha vida; aquela que eu tinha certeza que seria minha melhor amiga para sempre. Infelizmente, uma mancada minha, pela qual não me perdôo até hoje, fez com que ela se afastasse de mim. No fundo, ainda guardo uma esperança de que a situação possa ser revertida ou, pelo menos, amenizada, embora tenha consciência de que isso, sim, será para sempre. Enfim, bola para frente.

Nesse mesmo período, como se fosse alguma força superior mandando um alívio para a tensão, uma outra pessoa surgiu em minha vida e me mostrou, entre MUITOS altos e baixos, a felicidade. Iniciou-se, então, a temporada das complicações, na qual me descobri muito mais persistente e paciente do que jamais imaginei que pudesse ser.

A melhor palavra para definir os dias que se estenderam desde o início de junho até meados de setembro é INCERTEZA. Incerteza para todos os lados. Incerteza esta que, no fim das contas, serviu para fortalecer o que hoje é meu porto-seguro.

Agora, iniciando a última semana do ano e fazendo um balanço de tudo que vivi nesses doze meses, concluo que, apesar de todos os contratempos, a vida tem sido bastante generosa comigo. Dei por encerrada a fase de loucura pós-divórcio. No trabalho, continuo realizada, dando aula na instituição que mostra diariamente o prazer e, às vezes, a inevitável dor de ser professora por opção. Pessoas maravilhosas surgiram e se tornaram indispensáveis; outras, lamentavelmente, tiveram apenas uma breve passagem, mas deixaram suas marcas - sobretudo, aprendizado e muita saudade; alguns laços se estreitaram definitivamente; e até uma amizade que havia ficado para trás foi revitalizada com força total.

Não farei previsões nem projetarei desejos para o próximo ano, pois, como escrevi num outro post, abri mão de planejar o futuro já há algum tempo. Só espero que as conquistas de 2010 se mantenham e que a felicidade do presente permaneça ao meu lado sempre.

E por fim, confirma-se o ditado. Após a tempestade, vem a calmaria. Com todos os nós desatados, aguardo 2011 de coração aberto, ocupado e MUITO feliz.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Vida Doce

Marcelo Camelo canta: 

Eu deixo tudo sempre pra fazer mais tarde 
E assim eu caminho no tempo que bem entender
Afinal, faz parte de mim ser assim

Na canção, parece lindo. Viver assim, sem se preocupar com datas e atrasos, é coisa de artista mesmo. 

O problema é que para nós, reles mortais, que vivem sob a pressão dos prazos de entrega, essa mania incontrolável de deixar tudo para depois não é nada poética. Quando chega a hora de encarar todo o trabalho que já deveria estar pronto, mas, por infinitas razões, simplesmente não está, vem o choque de realidade e, com ele, uma certa dose de desespero.

O bom é que, como sempre acontece, no final tudo dá certo. 

E lá vamos nós, mortais desesperados. O prazo está se esgotando, e não podemos mais adiar o trabalho. Mãos à obra. 

Sorte aos meus colegas professores. Que Nossa Senhora dos Cadernos de Chamada ilumine nosso caminho até o final do ano letivo. Amém.



sábado, 27 de novembro de 2010

E lá vem a roda viva de novo...

Vivo esperando pelo momento em que poderei me sentar numa poltrona no fim do dia, com uma xícara de café e um dos livros-que-quero-muito-ler-mas-nunca-tenho-tempo, com a tranquilidade de quem sabe que tudo está no seu devido lugar e assim permanecerá pelo resto dos tempos.

Mas a minha vida é uma roda viva enlouquecedora. Toda vez que acredito estar próxima desse momento, surge a necessidade de uma mudança urgente e inadiável.

E cá estou. Mais uma vez, tempo de mudanças. Mudanças necessárias, desejadas, inevitáveis e significativas.

A diferença é que, desta vez, as minhas expectativas me animam. Vejo luz no fim do túnel porque junto com todo o caos inerente a toda espécie de mudança, tenho dentro de mim um sentimento de felicidade que há muito tempo não tinha. Nem lembrava mais que existia.

Além disso, ao ver a quantidade de braços dispostos a trabalhar comigo e por mim para que as coisas ocorram da melhor maneira possível, percebo que sou uma pessoa de muita sorte.

É provável que o tal momento da poltrona nunca chegue. E talvez as conquistas nem tivessem o mesmo sabor se não fossem tão suadas e cheias de obstáculos. Portanto, eu faço questão de deixar registrado que, apesar de todos os altos e baixos, a vida vem me trazendo mais motivos para agradecer do que para reclamar.

Aos que estão acompanhando todo esse processo de perto e tornando a roda viva menos angustiante, muito obrigada!

"Se isso não é amor, o que mais pode ser?"


P.S. 1: Dani, obrigada por existir, por estar na minha vida e por me mostrar que a felicidade é possível todos os dias.

P.S. 2: Quindim, obrigada por ser o melhor amigo que alguém pode ter na vida. Sem palavras...


segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Head over feet

I had no choice but to hear you
You stated your case time and again
I thought about it

You treat me like I'm a princess
I'm not used to liking that
You ask how my day was

You've already won me over in spite of me
Don't be alarmed if I fall head over feet
Don't be surprised if I love you for all that you are
I couldn't help it
It's all your fault

Your love is thick and it swallowed me whole
You're so much braver than I gave you credit for
That's not lip service

You've already won me over in spite of me
Don't be alarmed if I fall head over feet
Don't be surprised if I love you for all that you are
I couldn't help it
It's all your fault

You are the bearer of unconditional things
You held your breath and the door for me
Thanks for your patience

You're the best listener that I've ever met
You're my best friend
Best friend with benefits
What took me so long

I've never felt this healthy before
I've never wanted something rational
I am aware now...

sábado, 30 de outubro de 2010

Definitivamente...

"Life has a funny way of helping you out when you think everything's gone wrong and everything blows up in your face..."


F.E.L.I.Z.


sábado, 16 de outubro de 2010

Como é grande o meu amor por você...

O acaso, muitas vezes, é responsável pelos acontecimentos mais significativos da vida de uma pessoa. No dia 16 de outubro de 2009, por acaso, decidi acompanhar uma amiga no show de uma conhecida sua no Café da Oca. Por acaso, conheci um certo Junior. Por acaso, nos demos bem desde a primeira troca de olhares.

No entanto, é preciso discernimento para perceber que não é por mero acaso que certas pessoas permanecem nas nossas vidas.

O Junior, que alguns meses depois passou a ser chamado por todos de Quindim, entrou na minha vida por um felicíssimo acaso, que me levou a estar no lugar certo, na hora certa. Porém, há muitas razões para que a nossa amizade esteja completando um ano no dia de hoje.

Quem nos conhece sabe que a nossa ligação é mais que especial. De um ano para cá, passamos por um bocado de aventuras juntos. Amigos vieram, amigos foram, e nós continuamos rindo, chorando, dançando, bebendo e, até mesmo, discutindo lado a lado.

Quindinzinho, você já sabe de tudo isto. Mas quero registrar para que todo mundo saiba o quanto eu te admiro por tudo que você é e o quanto tenho orgulho de dizer que você é meu melhor amigo. Obrigada por estar ao meu lado em absolutamente todos os momentos; obrigada por fazer parte da minha vida; obrigada por existir; obrigada por me ensinar o verdadeiro sentido da palavra AMIZADE.

Como você disse no Baseado em que..., acho que isso é amor, né?

TE AMO, B**** P**** DO MEU CORAÇÃO!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Da expectativa

O dicionário diz que expectativa, substantivo do gênero feminino, consiste na esperança fundada em promessas, viabilidades ou probabilidades.

Minha amiga e consultora para assuntos tensos, Luana, afirma que se trata de ansiedade; almejar algo não necessariamente possível; irracionalidade.

Eu vejo expectativa como um sentimento que nos consome quando algo que desejamos mais que qualquer outra coisa parece estar próximo de se tornar real.

É possível que a minha definição combine tanto com o verbete do dicionário quanto com a explicação intuitiva da Lu. Ela me disse há poucos minutos que viver é baixar as expectativas. E eu só me pergunto: como faz?!

"Depois que o que é confuso te deixar sorrir
Tu me devolva o que tirou daqui
Que meu peito se abre e desata os nós..."
Maria Gadú





quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Que semana!


Inferno astral, mal humor, TPM ou, simplesmente, cansaço. Chamem como quiserem. O fato é que, com frequência, passamos por períodos em que tudo parece dar errado.

Hoje, durante meu trajeto Canoas-Porto Alegre via Trensurb, por volta das 21h45, depois de infinitas horas de trabalho, cheguei até a rir da minha própria desgraça ao ouvir um trecho de uma canção de Leoni. A música é Alice (Não me Escreva Aquela Carta de Amor), mas não se trata de nada romântico. Não se iludam. Observem e me digam: quem nunca se sentiu assim?

Todo mundo sabe de alguma coisa que eu não sei
De um filme que eu não vi
De uma aula que eu faltei
Por mais que eu tente eu nunca chego no horário
Eu perco tudo que eu ponho no armário
Tudo atrapalha o que eu faço
Mas pros outros parece tão fácil
A fila que eu escolho vai sempre andar mais devagar
E o troco acaba bem na hora em que eu vou pagar
Se eu me distraio um único instante
Pode apostar que eu perco o mais importante
Tudo atrapalha o que eu faço
Mas pros outros parece tão fácil
Os vizinhos devem rir por trás do jornal
Eu desconfio de um complô
O maior que já se armou
Uma conspiração internacional

sábado, 25 de setembro de 2010

Os desencantos da vida encantada*


Em pleno início de primavera, Bela, aproveitando uma viagem de Fera, decide finalmente oferecer um chá encantado às suas amigas princesas que, depois do ‘felizes para sempre’, seguiram seus caminhos ao lado dos príncipes e afins e nunca mais haviam se encontrado.
Bela, tirando os pelos de Fera dos sofás para não passar vergonha com as amigas, ouve a campainha e supõe ser sua primeira convidada, Rapunzel, que chegou à casa com um ar de aliviada e com os cabelos agora negros e mais curtos do que nunca.
- Meu Deus Rapunzel, mal a reconheci com seu novo visual! O que aconteceu? - Perguntou Bela surpresa à sua convidada.
- Não, aquilo não era vida! Dores de cabeça constantes por um marido que toda noite chegava em casa e exigia subir até a suíte sem utilizar as escadas, mas sim meus cabelos. Não merecia isso, então, alguns meses depois de me casar com o príncipe eu resolvi me atualizar! (...)
Enquanto Rapunzel explicava suas histórias cabeludas e se acomodava em um sofá, Bela foi receber Branca de Neve que sempre se encontrava comendo sua maçã, e Cinderela que chegava tirando seus sapatos de baixo de sua saia, escondidos para que seu marido não os pegasse para usar.
- Olá meninas, há quantos anos não as vejo! Desde o aniversário de João e Maria, suponho. – Disse Bela recordando do último acontecimento que as reuniu.
- É verdade Bela, boa festa aquela! – respondeu Branca, já não tão branca como a neve por seu bronzeamento artificial, recém feito especialmente para o encontro com as amigas.
Antes mesmo das duas princesas entrarem na casa de Bela e se juntarem a Rapunzel que, já sentada no sofá e comendo uns biscoitos, se preparava para o espanto que causaria nas princesas com o novo visual, chegou Chapeuzinho Vermelho aos prantos com sua cesta de doces.
- Bela, não aguento mais, só você para me entender! Além dos pelos emporcalhando a casa, ainda tenho que aturar o Lobo me traindo com a Vovó. É o fim! Por que não podia ter me casado com um príncipe como as outras?
A verdade é que, casadas com príncipes, lobos ou feras, a vida de nenhuma das princesas era fácil e todas estavam cansadas de saber que o ‘felizes para sempre’ era apenas uma frase para finalizar os contos com um ar de fantasia, pois na realidade a expressão não fazia nenhum sentido à frente dos problemas característicos daquelas mulheres.
Chapeuzinho entrou e foi tranquilizada por todas as princesas, mas principalmente por Branca de Neve que, com seus sete maridos anões, já estava acostumada a traições.
No meio de tanto falatório, fofocas sobre as madrastas e bruxas e assuntos a serem colocados em dia, Cinderela ouve um estrondo vindo da entrada da casa e vai ver o que é. Logo ao abrir a porta, se depara com Bela Adormecida caída no chão agarrada a um travesseiro e logo chega à conclusão de que a amiga havia esquecido de tomar seu energético. Cinderela acorda Bela Adormecida e as duas entram conversando sobre a mania que a amiga dorminhoca tinha de cair literalmente de sono. Já na sala, mal a princesa sonolenta cumprimentou as outras, pôs-se a dormir de pé.
Conversa vai, conversa vem, assim a tarde seguiu. Risadas, choros, casos e acasos, amigas como outras, as princesas lembravam do passado e da juventude encantada e acabavam se divertindo com o desencanto e as confusões do presente.

Por Mariana Pesenti


*Esse texto foi escrito pela Mariana, minha aluna do 3º ano do Ensino Médio, para um trabalho de inglês. A proposta era criar uma história, que posteriormente seria traduzida para a língua inglesa e, depois, tranformada em fotonovela. Como sempre, as meninas (Bruna, Camila, Carol, Mari B., Mari P. e Stephanni) superaram minhas expectativas. Achei o conto tão criativo e bem escrito que resolvi publicar aqui, com a devida autorização da autora, é claro. Mal posso esperar para ver o resultado final do trabalho. Parabéns, gurias!






domingo, 12 de setembro de 2010

Das tempestades da vida

É interessante notar como encontramos a felicidade nos situações mais improváveis. Passamos a vida inteira tentando agir de acordo com o que o senso comum considera correto, tentando proteger as pessoas que amamos e a nós mesmos do sofrimento, mas chega um ponto em que, inevitavelmente, nos damos conta de que a vida tem mais controle nós do que nós sobre ela. Fato.

Quem observa tudo de fora e acompanha o desenrolar dos acontecimentos de perto, ou não tão de perto assim, julga nossas atitudes e faz o possível para nos mostrar o melhor caminho. É reconfortante sentir o carinho e a preocupação de amigos diante do que lhes parece absurdo. Entretanto, há certas coisas que precisamos experimentar para ver o que acontece. Às vezes, é necessário dar a cara a tapa, mesmo conhecendo as possíveis consequências, porque por mais próximas que as pessoas estejam, só quem está no olho do furacão é que consegue sentir a força real da tempestade e o quanto é difícil escapar dela.

E por falar em tempestade, um julgamento muito comum é o que diz que quando ela acaba, tudo perde a graça. Será? Tenho a convicção de que a vida é feita e encantos e desencantos o tempo todo. Inevitavelmente, nos encantamos, nos desencantamos, nos reencantamos por coisas, pessoas, situações. Nada mais natural. Tenho certeza, também, de que o medo de que os encantos se quebrem não deve nos impedir de nos jogarmos de cabeça naquilo que em determinado momento nos parece a felicidade completa. Assim, voltamos ao ponto inicial: a felicidade que surge nas situações mais improváveis.

Aquela canção que diz "e não há tempo que volte, amor; vamos viver tudo que há pra viver" é um grande clichê. Mas, como todo clichê, é uma grande verdade. É preciso uma certa dose de coragem para vivermos TUDO que há para viver, mas dia a dia me convenço de que vale a pena. Depois da tempestade sempre vem a calmaria; e quando ela chegar, estarei pronta para aproveitar todo o deleite que só as grandes conquistas, sejam elas quais forem, podem proporcionar, com a certeza de que nada é em vão.

Alegrias, as desmedidas.
Dores, as não curtidas.

Casos, os inconcebíveis.
Conselhos, os inexeqüíveis.

Meninas, as veras.
Mulheres, insinceras.

Orgamos, os múltiplos.
Ódios, os mútuos.

Domicílios, os temporários.
Adeuses, os bem sumários.

Artes, as não rentáveis.
Professores, os enterráveis.

Prazeres, os transparentes.
Projetos, os contingentes.

Inimigos, os delicados.
Amigos, os estouvados.

Cores, o rubro.
Meses, outubro.

Elementos, os fogos.
Divindades, o logos.

Vidas, as espontâneas.
Mortes, as instantâneas.

Bertold Brecht










quarta-feira, 25 de agosto de 2010

E por falar em Caio...

Por extrema falta de criatividade, resolvi compartilhar com vocês um texto do Caio Fernando Abreu, que tem me feito muita companhia nos últimos tempos. Lá vai.


Extremos da paixão

Não, meu bem, não adianta bancar o distante:
lá vem o amor nos dilacerar de novo...

Andei pensando coisas. O que é raro, dirão os irônicos. Ou "o que foi?" – perguntariam os complacentes. Para estes últimos, que
m sabe, escrevo. E repito: andei pensando sobre amor, essa palavra sagrada. O que mais me deteve, do que pensei, era assim: a perda do amor é igual à perda da morte. Só que dói mais. Quando morre alguém que você ama, você se dói inteiro(a) – mas a morte é inevitável, e portanto normal. Quando você perde alguém que você ama, e esse amor – essa pessoa – continua vivo(a), há então uma morte anormal. O NUNCA MAIS de não ter quem se ama torna-se tão irremediável quanto não ter NUNCA MAIS quem morreu. E dói mais fundo - porque se poderia ter, já que está vivo(a). Mas não se tem, nem se terá, quando o fim do amor é: NEVER.
Pensando nisso, pensei um pouco depois em Boy George: meu-amor-me-abandonou -e-sem-ele-não-vivo-então-quero-morrer-e-quero-morrer-drogado. Lembrei de John Hincley Jr., apaixonado por Jodie Foster, e que escreveu a ela, em 1981: “Se você não me amar, eu matarei o presidente”. E deu um tiro em Ronald Reagan. A frase de Hincley é a mais significativa frase de amor do século XX. A atitude de Boy George – se não houver golpe publicitário nisso – é a mais linda atitude de amor do século XX. Penso em Werther, de Goethe. E acho lindo.
No século XX não se ama. Ninguém quer ninguém. Amar é out, é babaca, careta. Embora persistam essas estranhas fronteiras entre paixão e loucura, entre paixão e suicídio. Não compreendo como querer o outro possa tornar-se mais forte do que querer a si pr
óprio. Não compreendo como querer o outro possa pintar como saída de nossa solidão fatal. Mentira: compreendo, sim. Mesmo consciente de que nasci sozinho do útero de minha mãe, berra
ndo de pavor para o mundo insano, e que embarcarei sozinho num caixão rumo a sei lá o quê, além do pó. O que ou quem cruzo entre esses dois portos gelados da solidão é mera viagem: véu de maya, ilusão, passatempo. E exigimos o eterno do perecível, loucos.
Depois, pensei também em Adele Hugo, filha de Victor Hugo. A Adele H. de François Truffaut, vivida por Isabelle Adjani. Adele apaixonou-se por um homem. Ele não a queria. Ela o seguiu aos Estados Unidos, ao Caribe, escrevendo cartas jamais respondidas, rastejando por amor. Enlouqueceu mendigando a atenção dele. Certo dia, em Barbados, esbarraram na rua. Ele a olhou. Ela, louca de amor por ele, não o reconheceu. Ele havia deixado de ser ele: transformara-se no símbolo sem face nem corpo da paixão e da loucura dela. Não era mais ele: ela amava alguém que não existia mais, objetivamente. Existia somente dentro dela. Adele morreu no hospício, escrevendo cartas (a ele: “É para você, para você que eu escrevo” – dizia Ana C.) numa língua que, até hoje, ninguém conseguiu decifrar.
Andei pensando em Adele H., em Boy George e em John Hincley Jr. Andei pensando nesses extremos da paixão, quando te amo tanto e tão além do meu ego que – se você não me ama: eu enlouqueço, eu me suicido com heroína ou eu mato o presidente. Me veio um fundo desprezo pela minha/nossa dor mediana, pela minha/nossa rejeição amorosa desempenhando papéis tipo sou-forte-seguro-essa-sou-mais-eu. Que imensa miséria o grande amor – depois do não, depois do fim – reduzir-se a duas ou três frases frias ou sarcásticas. Num bar qualquer, numa esquina da vida.
Ai, que dor: que dor sentida e portuguesa de Fernando Pessoa – muito mais sábio –, que nunca caiu nessas ciladas. Pois como já dizia Drummond, “o amor car(o,a) colega esse não consola nunca de núncaras”. E apesar de tudo eu penso sim, eu digo sim, eu quero Sins.

Caio Fernando Abreu
O Estado de S. Paulo, 08/07/86.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Surrupiando a inspiração alheia

Lu, quando eu crescer, quero ser como tu.

"Prendi meu dragão, como diria Caio
Só solto quando me sentir segura novamente
Até lá, o mundo não terá de mim mais do que eu tiver dele."

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Esperando, esperando, esperando...

A vida é engraçada. Já repararam que estamos sempre esperando ansiosamente por alguma coisa?

Quando crianças, esperamos pelo momento de ir à escola, aprender as primeiras letras e, finalmente, conseguir ler os anúncios nos outdoors, as revistinhas da Turma da Mônica, etc. Nem Deus deve saber onde vai parar esse gosto pela leitura quando chega a adolescência. Mas isso é assunto para outro post.

Falando em adolescência, essa deve ser a fase em que mais esperamos. Primeiro, queremos mais que tudo no mundo fazer 18 anos, tirar carteira de motorista e não depender mais do papai e da mamãe para nada. E com o passar do tempo, percebemos que a maioridade, em primeira instância, não muda tanto a nossa vida quanto gostaríamos. E quando, enfim, deixamos de depender dos nossos pais, temos uma imensa saudade dos tempos em que eles é que resolviam os nossos problemas. Em outro nível, ansiamos muito pelos finais de semana, pelas férias, pelas festas, pela estréia daquele filme, etc...

Chegando na fase adulta, queremos ganhar dinheiro. Trabalhamos, trabalhamos e trabalhamos mais um pouco para sobreviver, esperando incansavelmente pelo dia em que poderemos trabalhar menos e aproveitar mais a vida. E a vida vai passando...

É claro que em meio a tanto trabalho, sempre arranjamos tempo para as aventuras amorosas. E esperamos encontrar aquela pessoa que nos complete, nos compreenda e nos satisfaça em todos os sentidos. Assim, embarcamos em relacionamentos com pessoas diferentes, sempre acreditando que dessa vez acertamos. E, mais cedo ou mais tarde, algo nos faz ver que a espera ainda não terminou. E, muitas vezes, mesmo tendo a certeza de termos encontrado essa tal pessoa, temos que esperar que ela sinta a mesma coisa.

Não sei pelo que se espera depois disso. Ainda não cheguei lá. Mas algo me diz que, quando chegar, ainda não terei alcançado tudo aquilo que espero.

E, só para variar, esse papo me lembra uma canção do Chico:

"Esperando, esperando, esperando, esperando o sol
Esperando o trem, esperando aumento para o mês que vem
Esperando um filho prá esperar também
Esperando a festa, esperando a sorte, esperando a morte, esperando o Norte
Esperando o dia de esperar ninguém, esperando enfim, nada mais além
Da esperança aflita, bendita, infinita do apito de um trem..."

Pedro Pedreiro




domingo, 8 de agosto de 2010

Tom & Vinícius - I have no existence without you

A poesia de Vinícius combinada com a música de Tom embala a alma de qualquer pessoa com um mínimo de sensibilidade.

Neste domingo chuvoso e melancólico, estou aqui atirada na cama, curtindo uma MPB e procurando vídeos das minhas canções favoritas. Uma delas é Eu não existo sem você. Dessa vez, São YouTube não quis colaborar muito. Há mil versões, mil interpretações, com os mais variados artistas. E eu só queria achar um registro de Tom e Vinícius. Missão impossível. Não existe. Se alguém tiver alguma notícia, por favor, não me esconda!

Enfim. Os videos são todos horrorosos. Aquelas montagens com fotos de flores, oceanos, casais apaixonados... tudo muito brega. Entre eles, achei uma interpretação de Oswaldo Montenegro, uma das vozes masculinas que eu mais gosto. Desconsiderem as imagens e apreciem apenas a música.



E qual não foi minha surpresa quando me deparei com o vídeo de um certo Paul Sonnenberg, que compôs uma versão em inglês para a obra prima dos brasileiros. Eu, que, em geral, abomino versões, fui obrigada a dar o braço a torcer. Além de ter uma bela voz, que condiz muito bem com o estilo "mpbístico", o cara conseguiu manter o sentido da poesia, o que é não é uma tarefa fácil. Congratulations, Mr. Sonnenberg.

Enjoy.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Quadrilhas da vida e da arte

De uns tempos para cá, venho observando alguns troca-trocas nos relacionamentos de amigos e conhecidos. E que fique bem claro que não estou falando apenas de relacionamentos amorosos, mas também de supostas amizades. Gente que não se suportava, hoje se ama. Há também os que se amavam incondicionalmente e agora sequer se cumprimentam. Existem os que estão ora com um, ora com outro, e acabam não se entregando verdadeiramente a ninguém. E temos, ainda, aqueles que conseguem se apegar a mais de uma pessoa ao mesmo tempo.

É inegável que a vida dá muitas voltas. Pessoas passam a fazer parte do nosso convívio por mera força das circunstâncias e, quando menos esperamos, se tornam essenciais. Entretanto, muitas vezes, com a mesma velocidade com que entraram, saem das nossas vidas de uma maneira desconcertante, muitas vezes causando sofrimento, e outras tantas nos trazendo a oportunidade de olhar em volta e ver que o mundo tem muito mais a oferecer do que aquela criatura que julgávamos ser a mais importante de todas. Por conseqüência, novos amigos surgem, e, com eles, novas possibilidades de relacionamento. Nunca se sabe quem vai se interessar por quem. Não se sabe se quem está com um hoje não estará com outro amanhã. Sabe-se menos ainda se os que hoje se odeiam não estarão assinando contratos e fazendo juras de amor no futuro.

Andei refletindo sobre essas coisas todas depois de preparar uma aula sobre Poesia Moderna para meus alunos do 3º ano. Ao reler um poema de Carlos Drummond de Andrade, intitulado Quadrilha, me pus a pensar sobre alguns fatos que causaram o que ouso chamar de revoluções entre meus amigos mais próximos. Mais uma vez, me deliciei e me impressionei com a capacidade que a literatura tem de revelar sensações e experiências reais, das mais banais às mais complexas.

Depois, me lembrei de uma canção do Chico, chamada Flor da Idade, que dialoga diretamente com o poema de Drummond, fazendo uma espécie de paródia. E, novamente, tive um momento quase epifânico relacionando os versos aos eventos que acompanhei de perto.

A conclusão a que cheguei após toda essa reflexão é muito simples: a vida é mesmo uma imensa quadrilha. Salve-se quem puder!

Aos que me perguntam por que acho a literatura tão fascinante, deixo este post como uma das respostas possíveis.

E para facilitar a vida dos que ficaram curiosos, mas morrem de preguiça de pesquisar, deixo a transcrição dos poemas e um vídeo para que possam conferir e tirar suas próprias conclusões.

Quadrilha - Carlos Drummond de Andrade

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos,
Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre,
Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se,
E Lili casou-se com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.


Flor da Idade - Chico Buarque

A gente faz hora, faz fila na vila do meio dia
Pra ver Maria
A gente almoça e se só coça e se roça e só se vicia
A porta dela não tem tramela
A janela é sem gelosia
Nem desconfia
Ai, a primeira festa, a primeira fresta, o primeiro amor

Na hora certa, a casa aberta, o pijama aberto, a família
A armadilha
A mesa posta de peixe deixa um cheirinho da sua filha
Ela vive parada no sucesso do rádio de pilha
Que maravilha
Ai, o primeiro copo, o primeiro corpo, o primeiro amor

Vê passar ela, como dança, balança, avança e recua
A gente sua
A roupa suja da cuja se lava no meio da rua
Despudorada, dada, à danada agrada andar seminua
E continua
Ai, a primeira dama, o primeiro drama, o primeiro amor

Carlos amava Dora que amava Lia
que amava Léa que amava Paulo
que amava Juca que amava Dora que amava
Carlos que amava Dora que amava Rita
que amava Dito que amava Rita
que amava Dito que amava Rita que amava
Carlos amava Dora que amava Pedro
que amava tanto que amava a filha
que amava Carlos que amava Dora
que amava toda a quadrilha...


terça-feira, 3 de agosto de 2010

Dos astros

Não acredito muito na tão falada influência dos astros sobre a vida das pessoas, mas a verdade é que meus amigos falam tanto sobre isso que, por vezes, acabo achando uma certa lógica. Há muita bobagem escrita em horóscopos, e, na maior parte dos casos, encontram-se previsões diferentes para o mesmo signo no mesmo dia. Vai entender.

Costumo dar uma espiada esporádica no horóscopo do Terra. Hoje me deparei com o seguinte:

Você começa a viver uma fase mais voltada para a limpeza de pessoas que não fazem mais nenhum sentido em sua vida. Os relacionamentos serão revistos e revisados, e somente permanecerão os que ainda estiverem em seu destino. É possível que você sinta uma certa impotência e que o Universo decida algumas coisas por você. Não se assuste, deixe que a vida se conduza por si só. O momento é um teste para a sua confiança básica na vida e entrega, portanto, relaxe.

Interessante, né? Mesmo não tendo certeza da validade desse blá blá blá todo, é reconfortante pensar que há alguma força maior resolvendo coisas que eu, sozinha, não consigo. Não que eu esteja querendo eliminar pessoas da minha vida. Não sou assim e não tenho motivos para isso. Mas é bom e, às vezes, necessário crer na velha filosofia do "se tiver que ser, será".

Sendo assim, que o destino me reserve boas surpresas, e que o Universo tome as decisões mais acertadas . Quanto à parte do "relaxe", prometo tentar. Sorte a todos os escorpianos.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Life on Mars

Houve uma época em que ouvia The Life Aquatic Studio Sessions incessantemente. Minha querida amiga Hires me apresentou, e eu me apaixonei perdidamente pelas versões de Seu Jorge para canções de David Bowie. Trata-se da trilha sonora de The Life Aquatic with Steve Zissou, um filme estranho, que não me chamou muita atenção quando assisti, há alguns anos atrás. Confesso que o vício pela trilha sonora desperta minha curiosidade de rever o filme e tentar desfazer a má impressão. Uma hora dessas faço isso.

Voltando às músicas, há bastante tempo não as ouvia. Por algum motivo, hoje me bateu uma saudade delas e acabei colocando no post anterior um vídeo de uma das canções que mais gosto do álbum. Agora, apresento a vocês a favorita:

Life On Mars

Muitas vezes o coração
Não consegue compreender
O que a mente não faz questão
Nem tem forças para obedecer
Quantos sonhos já destruí
E deixei escapar das mãos
Se o futuro assim permitir
Não pretendo viver em vão

Meu amor, não estamos sós
Tem um mundo a esperar por nós
No infinito do céu azul
Pode ter vida em Marte

Então, vem cá, me dá a sua língua
Então vem, eu quero abraçar você
Seu poder vem do sol
Minha medida
Meu bem, vamos viver a vida
Então vem, senão eu vou perder quem sou
Vou querer me mudar para uma life on Mars...

E aí vai o vídeo:

Novos ares

É tempo de reavaliar a vida e colocar tudo em ordem. Tempo de mudanças. Sorte para mim.

"Sempre em frente, nunca pra trás..."


sexta-feira, 23 de julho de 2010

Inevitável

Embora duvides das minhas palavras
Quando digo que não me interessam outros abraços
Embora rias dos meus traços
Quando choro minhas mágoas

Embora lutes para manter distância
Quando insisto em te ter por perto
Embora busques fazer o que é certo
Quando tento fingir que o certo já não tem importância

Teus gestos negam teu discurso
Teus olhos revelam teus reais desejos
E tuas mãos já decoraram o exato percurso

Por isso, meus gestos continuam os mesmos
Meus olhos insistem em refletir o inevitável apego
E minhas mãos não desistem de esperar pelo aconchego.






terça-feira, 13 de julho de 2010

Do cânone português ao horário nobre da Globo

Preparando uma aula sobre Fernando Pessoa e seus heterônimos hoje, recorri novamente a São YouTube e me deparei com a melhor interpretação de um dos meus poemas prediletos, do heterônimo que mais gosto: Poema em Linha Reta, de Álvaro de Campos. Aplausos para, Osmar Prado, em O Clone.


segunda-feira, 12 de julho de 2010

E agora?

Mais uma semana que começa. Mas esta começou da pior maneira possível: fria, chuvosa e com más notícias.

Preciso urgentemente que algo dê certo para recuperar meu otimismo...

terça-feira, 29 de junho de 2010

Adiante...


"Quantas foram as miudezas que não combinavam com o conjunto e, na falta de harmonia, abandonei no depósito da infância? E se faltou confiança para restaurá-las ao convívio, faltou coragem para excluí-las em definitivo. Somos o desperdício do que estocamos. Não aprendemos a desaprender. Não doamos nada, nem a palavra passamos adiante. O porão tem vida própria e respira o que jogamos fora. O que refugamos na ceia volta a nos mastigar. Tudo pode fermentar: o forro, os passos, o odor do braço. Tudo pode nascer sem o mérito do grito, como um murmúrio ou estalar de um abraço. Tudo pode nascer, ainda que abafado.”

Fabrício Carpinejar


*Texto citado por uma amiga muito especial, para encerrar uma conversa que me trouxe muitas respostas. (L)

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Da intransigência

O que me entristece é perceber que não importa quanto tenhamos feito bem a uma pessoa; no primeiro desentendimento, um único equívoco pesa mais do que um mundo inteiro de boas lembranças.


O que me chateia é enxergar que, depois de dedicarmos o melhor de nós a alguém, não temos direito a sequer uma conversa para tentar solucionar um problema.

O que me perturba é notar que algumas pessoas só nos valorizam enquanto a imagem de perfeição que projetam em nós não é quebrada.

O que me incomoda é ver pessoas que usam o nome de Deus para defender seu ponto de vista condenando um "pecador" ao inferno sem lhe dar ao menos a chance de passar pelo purgatório.

O que me consola é a certeza de que a perda é sempre para os dois lados.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Segundo Marcelo Camelo...

LIBERDADE

Perceber aquilo que se tem de bom no viver é um dom
Daqui não
Eu vivo a vida na ilusão
Entre o chão e os ares
Vou sonhando em outros ares
Vou fingindo ser o que eu já sou
Fingindo ser o que eu já sou
Mesmo sem me libertar, eu vou

É Deus, parece que vai ser nós dois até o final
Eu vou ver o jogo se realizar
De um lugar seguro

De que vale ser aqui?
De que vale ser aqui onde a vida é de sonhar?
Liberdade...


terça-feira, 25 de maio de 2010

Arte em Porto Alegre

Nos pampas, minha casa há 10 anos, também se faz mpb de qualidade. Mais de Tribo Brasil em http://www.myspace.com/tribobrasil. Essa marcou um período que eu vivi muito bem. Saudades, dona Hires!


Arte em Curitiba

E para quem acha que não passo de uma insana com saudades de um tempo que não viveu, apresento Trio Quintina, banda atualíssima e absolutamente admirável lá da minha terra. Para conhecer mais, http://www.myspace.com/trioquintina.


Graças a São YouTube de novo...

Vejam só que maravilha. Registro histórico magnífico. Atenção para os comerciais da época, entre uma apresentação e outra.


sábado, 22 de maio de 2010

Elizabethtown, com 5 anos de atraso

Tudo bem, estamos em 2010 e o filme é de 2005. O fato é que passei Elizabethtown para os alunos na última semana e revivi todo o encantamento que tive há alguns anos. A história é linda, as interpretações de Orlando Bloom e Kirsten Dusnt são impecáveis. Filme comovente e divertido ao mesmo tempo. Recomendo.

Mas minha intenção aqui não é fazer uma resenha crítica sobre o filme. Apenas quero chamar atenção para a trilha sonora. Depois de rever o filme algumas vezes ao longo da semana (afinal, são várias turmas...), decidi utilizar um vale-compras que estava com a data de validade quase expirando para comprar o cd. Há quanto tempo eu não comprava um cd! Mais uma vez, recomendo. Não consegui parar de ouvir ainda. Destaco Square One, de Tom Petty e My Father's Gun, de Elton John, que vocês podem conferir no vídeo aqui embaixo.




There'll be laughter when the bells of freedom ring...

Tudo é questão de postura...

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Prepare seu coração pra ver a banda passar...

Organizando a palestra que darei amanhã, sobre a história da Música Popular Brasileira, me deparei com alguns vídeos belíssimos de uma época que, apesar da dureza do regime militar e, também, por causa dele, nos apresentou os maiores nomes da canção nacional e, sem dúvida, nos brindou com as suas maiores obras primas. Estudar esse assunto é um prazer. Poder compartilhar o pouco que sei com os alunos, os meus ou os das minhas amigas lindas, que me convidaram para palestrar, é um prazer maior ainda.

Pausa na preparação do trabalho para postar dois vídeos do II Festival de MPB, realizado pela TV Record, em 10 de outubro de 1966. Podem me chamar de louca, mas, quando leio, ouço e vejo essas coisas, sinto uma vontadinha de ter vivido esse período, só para poder dizer que vi e senti na pele a emoção pelo nascimento do que de melhor já existiu na música brasileira.

Graças aos deuses da informática, hoje temos São YouTube para nos ajudar nesses momentos nostálgicos.




terça-feira, 18 de maio de 2010

Bons tempos...

Não sei se é saudade de um tempo que não volta mais, se é angústia por não ver solução para certos problemas, se é o excesso de trabalho, se são só os malditos hormônios me atormentando ou se é uma mistura de tudo isso, mas o fato é que ando bem melancólica ultimamente.

Por que será que a vida de gente grande tem que ser tão complicada?

Se pudesse, voltaria no tempo para aproveitar mais aquela fase em que era tão fácil acreditar que tu ia dar certo.

Não sei se o mundo é bom, mas ele está melhor desde que você chegou...

Esta música vai para quem me entende, me aconselha, me alerta, se importa comigo e sabe que a recíproca é mais que verdadeira.


sexta-feira, 14 de maio de 2010

MASPOXAVIDA

Minha irmã sempre me mostra cosias engraçadas e inusitadas. Às vezes me pergunto como é que ela acha essas coisas. A novidade do momento é o tal PC Siqueira. Bocó completo, mas morri de rir. E até que ele fala umas verdades...


Care to make it interesting?

Seinfeld, melhor sitcom EVER. Abertura de The Contest, o episódio mais genial de toda a série. Enjoy!


segunda-feira, 10 de maio de 2010

Casos de Madame Joana - Capítulo I

O primeiro contato de Joana e Vicente foi na festa surpresa que ela havia organizado para seu namorado. Vicente foi acompanhado de sua namorada, que era amiga dos amigos de Joana. Difícil compreender? Resumindo: nem Vicente, nem sua namorada haviam sido convidados para a tal festa, mas, mesmo assim, resolveram comparecer.

A situação poderia ter sido constrangedora para o rapaz, mas não o foi porque estava curtindo um momento ímpar em sua vida. Vicente tinha acabado de terminar um longo relacionamento e estava embarcando numa nova paixão, que parecia ser diferente de tudo que tinha vivido até então. Assim, estava contente por conhecer e confraternizar com aqueles que viriam a ser seus amigos também.

Para Joana, no entanto, a presença do casal intruso não parecia fazer diferença alguma. Mal tinha notado a presença deles. E, se tivesse notado, não fazia esforço para demonstrar. As primeiras palavras que ouviu de Vicente não lhe agradaram. Afinal, com que direito um cara que ela nunca tinha vista na vida fazia piada sobre suas preferências sexuais? Joana, imediatamente, taxou o rapaz de petulante e abusado e não fez a menor questão de mostrar os dentes.

Vicente, até hoje, garante que não lembra do comentário infame que causou tanto repúdio em Joana. Sua primeira impressão sobre a moça também não era das melhores. Achou-a antipática demais, séria demais; quase insuportável. Ficou algumas horas no aniversário e depois partiu com sua namorada para uma outra festa, para a qual havia sido convidado.

À medida que o namoro de Vicente ia se solidificando, a amizade com os amigos de sua namorada ia crescendo. Encontros aleatórios com Joana aconteceram inúmeras vezes, mas ambos não trocavam mais do que um par de palavras, "oi" e "tchau". Eram completamente insignificantes um para o outro.

Relacionamentos são sempre complicados, e o de Vicente, que de início parecia ser estável e tranquilo, passou a apresentar diversos conflitos. Depois de muitos altos e baixos, muitas idas e vindas, acabou optando por aproveitar um pouco mais a vida de solteiro antes de se comprometer seriamente de novo. Deu fim ao namoro, mas as festas e encontros com os novos amigos, aqueles que conhecera através da, agora, ex-namorada, permaneceram. O problema era que continuava encontrando a ex, que, perdidamente apaixonada, não perdia uma oportunidade de se aproximar. Assim, mesmo oficialmente separados, vez ou outra se entregavam à volúpia.

Joana, que já não namorava mais o moço da festa surpresa, era presença quase constante nas festas do grupo, mas sua relação com Vicente permanecia inexistente. Ela, provavelmente, ainda guardava a péssima impressão do primeiro encontro. Ele, que sequer lembrava de ter provocado tal impressão, já não a achava tão antipática, mas ainda não tinha visto necessidade de procurar argumentos para mudar de vez sua opinião. A indiferença persistiu até que, numa noite qualquer, Joana e Vicente se flagraram cantarolando uma música antiga e brega, essas que os jovens em geral detestam. Este foi o primeiro sinal de afinidade entre eles: o gosto musical eclético, incomum entre pessoas de sua idade. Nessa mesma noite, Vicente, depois de perceber que Joana gostava de MPB, comentou com ela a respeito de um show que aconteceria na semana seguinte, e eles trocaram telefones.

Não se ligaram e não foram ao tal show, mas pelo menos tinham conseguido transpor a barreira do "oi" e "tchau". Joana constatou que o moço não era de todo inconveniente como julgava que fosse, e Vicente chegou à conclusão de que ela nem era tão antipática assim.

Algum tempo depois, Vicente, num momento de carência, se descobriu novamente apaixonado pela ex-namorada e resolveu reatar o relacionamento. A namorada, no entanto, fez jogo duro. Tinha medo de se entregar e acabar sozinha novamente, sofrendo tudo pela segunda vez. Mas o desejo que sentia por Vicente era mais forte e decidiu dar uma nova oportunidade àquele que acreditava ser o amor de sua vida.

Tudo corria às mil maravilhas, até que a namorada começou a dar sinais cada vez mais constantes de insegurança. Com o tempo, foi se mostrando ciumenta e possessiva num limite que, para Vicente, era inaceitável. Ele, que nunca em toda a sua vida tinha sido infiel com qualquer de suas namoradas, começou a se sentir tão sufocado e incomodado com as cobranças constantes que se sentia tentado a dar argumentos a ela. Afinal, já que tinha a fama, por que não aproveitá-la?

A essa altura, Joana e Vicente já tinham se aproximado um pouco mais, em virtude das facilidades que a tecnologia proporciona nos dias de hoje. Twitter, Orkut, Facebook revelavam que a antipatia inicial parecia ter se dissipado.

Certa vez, Vicente havia combinado um cinema com um amigo, que por algum imprevisto qualquer acabou não acontecendo. Os amigos, então, se dirigiram a uma casa noturna à qual todo o grupo ia com bastante frequencia. Lá, Joana se divertia com algumas amigas. Por algum motivo, Joana convidou Vicente para tomar uma dose de tequila. Mais uma afinidade descoberta: ah, tequila! O amigo de Vicente, cansado, foi embora. Joana e Vicente, então, se divertiram o resto da noite e decretaram fim à aspereza de sua relação, ainda que inconscientemente.

Pouco tempo depois, em outra festa de aniversário, para a qual todos haviam sido convidados, Joana e Vicente descobriram mais algumas afinidades: além do gosto pela música brasileira e pela tequila, notaram que gostavam muito de se divertir e curtir a festa com os amigos, independentemente de qualquer coisa ou pessoa.

Nesse dia, Vicente estava extremamente incomodado com o comportamento possessivo de sua namorada. Quando Joana adentrou a festa, ele, que já estava levemente alcoolizado, sentiu algo que não esperava. Achou-a mais bonita e interessante do que nunca e, prontamente, foi recebê-la com beijos, abraços e elogios mal intencionados. Ela estava muito animada e tratou de acompanhá-lo na curtição.

Entre uma caipira e outra, Vicente, que nesse ponto já praticamente ignorava sua namorada, que estava de cara amarrada reclamando dele para alguém, não hesitava em dar investidas maliciosas em Joana. Ela, por sua vez, não o afastava, nem o reprimia. Pelo contrário. Ultrapassando os limites do bom senso, Joana beijou Vicente tão logo se viu sozinha com ele.

Como o nível alcoólico já era bem alto, fingiram que nada havia acontecido e seguiram aproveitando a festa. A namorada de Vicente, como que pressentindo alguma coisa, o levou para o quarto e usou sua melhor arma para reconquistar a atenção do rapaz, o sexo. De fato, Vicente e sua namorada tinham uma afinidade sexual incrível. E era nesses momentos que sua namorada declarava todo seu amor, numa maneira muito inteligente de, de certa forma, forçá-lo a retribuir com a mesma intensidade. Em geral, era exatamente o que acontecia.

O problema dessa vez era que Vicente já estava muito insatisfeito com os novos rumos do relacionamento e, por consequência disso, começava a olhar para os lados. Tanto olhou, que encontrou Joana.

Na semana seguinte à bendita festa, Joana chamou Vicente para conversar no MSN e pediu desculpas por tê-lo beijado. Vicente, surpreso, respondeu que não havia motivo para isso, já que ela não o tinha obrigado a nada. Ele também queria. Dessa forma, as conversas passaram a ser cada vez mais quentes e frequentes. Tudo parecia ainda mais excitante pelo simples fato de ser proibido. Os amigos jamais perdoariam tal traição. Vicente não poderia trair sua namorada com uma amiga dos amigos dela. Era inaceitável. Era inevitável.

Ao mesmo tempo que o tesão aumentava, Joana e Vicente se conheciam e viam que eram muito parecidos. Gostos musicais e literários semelhantes; histórias de relacionamentos conturbados parecidos; posturas e ideias coincidentes. As conversas fluíam tão bem, que quando se encontravam, passavam horas a fio filosofando, dissertando, rindo e não fazendo absolutamente nada.

Certa noite, beberam um pouco além da conta e acabaram ultrapassando mais uma barreira. Conversa ia, conversa vinha, e Vicente acabou não resistindo. Joana não impôs qualquer limite. Beijaram-se, tocaram-se e agora já não tinha mais volta. Já tinham feito aquilo que não poderia ter acontecido.

O namoro de Vicente, que já ia de mal a pior, desandou completamente. Por sorte, ou azar, tanto a namorada quanto Joana viajaram para as festas de fim de ano, e Vicente teve um tempo para respirar e colocar a cabeça no lugar. Durante os dias de afastamento, trocava mensagens quase que diariamente com Joana e uma ou outra com sua namorada. Entendeu, então, que independente do que tinha acontecido entre ele e Joana, seu relacionamento não tinha mais solução.

As duas voltaram de viagem. O namoro resistiu por mais alguns dias e, finalmente, deu seu último suspiro numa noite em que, já desconfiada da aproximação repentina entre Vicente e Joana, a namorada teve um surto de ciúmes e provocou uma situação extremamente desagradável em sua casa. Irritadíssimo, Vicente jogou tudo para o alto e rompeu definitivamente com sua namorada.

A relação com Joana, que tanto havia incomodado a todos, agora era de outra natureza. A tensão sexual que existia antes do primeiro contato deu lugar a algo muito maior. A parceria intelectual, a postura de leveza diante da vida, as risadas infinitas os aproximaram muito mais do que ambos imaginavam. Nascia uma grande amizade. Amizade verdadeira. Em poucos meses, pareciam se conhecer profundamente. Naturalmente, acabaram por se afastar dos antigos amigos e fundar um novo grupo e seguem se falando todos os dias.

Hoje, Joana não consegue entender como Vicente sabe tanto sobre sua maneira de ser, agir e pensar. Vicente, por sua vez, também sente que Joana o conhece intimamente e não abre mão de sua companhia, seja para assuntos sérios, seja para momentos de total descontração, regados a muita tequila; sozinhos ou com o grupo de amigos. Enfrenta quem tiver que enfrentar em nome dessa amizade, que nasceu de uma maneira meio torta, mas que, sem maiores pretensões, revela como o amor entre duas pessoas pode surgir do nada e ir além, muito além do que se imagina.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Ah, o fim de semana...

O que é fim de semana pra você?

a) momento de esquecer a angústia do dia-a-dia e se entregar aos prazeres mundanos, sejam eles quais forem;

b) oportunidade de se recolher ao seu mundinho particular, se enfiar em casa e não fazer absolutamente nada de útil;

c) trabalho, trabalho e mais trabalho; afinal, tempo é dinheiro;

d) dois belos dias para aproveitar ao lado do seu amor, vendo filminhos, seriados, bebendo vinho e comendo muito;

e) nenhuma das alternativas anteriores.


Resposta correta (para mim, é claro): letra A


Antes que deturpem minha imagem e acabem com a minha reputação, explico que os prazeres mundanos aos quais me entrego no finais de semana se resumem a uma lista bem simples:
  • companhia de amigos mais que especiais;
  • jogos diversos (Uno, Imagem & Ação, Perfil - my favorite, etc.);
  • música (playlists no computador ou pocket shows - nem tão pockets assim, ultimamente - dos amigos mais talentosos);
  • bebidinhas para animar (neste fim de semana iniciamos a temporada dos vinhos);
  • jantas preparadas em sistema de rodízio - um chef diferente por fim de semana, mostrando suas habilidades culinárias;
  • colchões, colchonetes, sofás, almofadas, tapetes... qualquer coisa onde a gente possa se encostar para dormir - as jogatinas nunca acabaram antes do sol raiar.
A lista básica é essa, sujeita a alterações e adaptações conforme necessidades individuais ou do grupo. Nada que vá liquidar com a minha boa imagem, né?

Beijo pra Galera do Puxadinho*! Amo vocês!!!



Em breve, Capítulo I de Casos de Madame Joana. Aguardem.




* Prof, Ju, Isa, Din, Quindim, Mau, Júlio, Fá, Mat e agregados.


quinta-feira, 22 de abril de 2010

Casos de Madame Joana - Prefácio

Na flor dos seus vinte e poucos anos, Joana é uma menina que, apesar da pouca idade, acumula inúmeros predicados que a fazem, de fato, parecer mais velha. Sua beleza, inteligência, senso de humor e maturidade incomuns chamam atenção, provocando admiração de muitos, incômodo de outros e inveja de alguns.

Por todos esses motivos, está sempre rodeada de amigos fiéis. Pelos mesmos motivos, por vezes acaba por se entregar a amizades que nem sempre conseguem corresponder às suas expectativas, e seus relacionamentos amorosos são, em geral, marcados pela instabilidade.

A verdade é que a clareza e a objetividade com que Joana encara a vida e seus percalços nem sempre são compreendidas. São poucos os que conseguem acompanhar sua velocidade de raciocínio. Para ela, os mais complexos dilemas podem ser transformados em equações simples e lógicas, o que faz com que seja capaz de se apegar a alguém em pouquíssimo tempo, mas desapegar-se mais rapidamente ainda, caso algo a desagrade além do tolerável. Mecanismo de defesa e autoproteção que leva os mais ingênuos a vê-la como uma pessoa fria e insensível.

Embora não seja possível comparar sua história a um romance ou a uma telenovela, uma vez que, para tanto, seria necessária uma dose maior de continuidade, coisa que o dinamismo de suas relações pessoais, de forma geral, não permite, episódios aleatórios podem constituir crônicas que poderíamos ousar definir como tragicômicas. Dessa forma, vale a pena recapitular alguns deles e experimentar um pouco dessa sabedoria aparentemente contraditória. Casos de Madame Joana, voilà!