segunda-feira, 29 de março de 2010

Ignorando o cansaço

Quinta-feira é um dos piores dias da semana para mim. Chego no Fala Idiomas às 8h e só saio às 19h. Ou seja, passo, literalmente, o dia inteiro dando aula. Normalmente, chego em casa exausta, pronta para só tomar um banho e me recolher aos meus aposentos.

Semana passada, no entanto, recebi uma ligação do meu querido ex-marido (que fique bem claro que não estou sendo irônica), nas quinta-feira, às 19h. Pensei com meus botões: que será que eu fiz dessa vez? Atendi o telefone com uma voz que, certamente, transparecia minha exaustão, e, então, veio a surpresa do dia: "Vivi, tenho dois ingressos sobrando para o show da Vanessa da Mata. Quer ir?"

Eu, que nem curto a Vanessa tanto assim e estava muito cansada MESMO, num primeiro momento, pensei em recusar o convite. Porém, em seguida veio o complemento: "O show vai ter participação da Maria Gadú e da Alcione."

Aaaaahhh!!! Aí a coisa muda de figura! Ver a Maria Gadú no Teatro do Sesi, na platéia baixa (suuuuper perto do palco) e de graça, mesmo que apenas numa participação especial, é, de fato, um convite irrecusável. Saí correndo da escola, cheguei em casa e me arrumei em 15 minutos e fui.

E ainda bem que eu não me entreguei ao cansaço! A Vanessa da Mata me surpreendeu muito. O show foi lindo, as músicas, ótimas (as próprias e as releituras). Sem falar nas participações especiais. Simplesmente, adorei!!!

Para quem quiser ter uma idéia:



segunda-feira, 22 de março de 2010

Porto Alegre = BBB

Não me canso de dizer que Porto Alegre é um c* apertado. Praticamente um pequeno grande Big Brother. De alguma maneira, todo mundo se conhece ou se relaciona. Tudo que se faz é sempre observado. As pessoas sabem com quem a gente anda, o que está fazendo... Acho um pouco assustador. Mas fazer o quê?


sexta-feira, 19 de março de 2010

Dez motivos para blogar

1. Você pode (quase) tudo. Quando faltar inspiração, escreva uma lista de dez motivos para fazer alguma coisa. No final, acabará se divertindo.

2. É bom ter audiência, mesmo sem fazer idéia de quem são os leitores. Você apenas precisa aprender a lidar com essa relação meio íntima com leitores tão anônimos.

3. Com o tempo você percebe que sobrevive sem comentários. Segundo as estatísticas, apenas 1% dos leitores deixa um. Então pare de implorar pelos comentários dos amigos.

4. Blogar ajuda a organizar as idéias, exercitar a escrita e você ainda corre o risco de escrever algo realmente bom.

5. Amigos distantes, ou distanciados, se sentem próximos ao ler o seu blog. Você não precisa de orkut para se relacionar, e só se expõe se, e o quanto, quiser.

6. Você está deixando um registro histórico, da sua vida ou da sua época, embora isso pareça uma grande pretensão agora.

7. O fato de blog não dar dinheiro não é motivo para parar. Pense bem: você realmente não começou porque havia essa possibilidade.

8. Provavelmente você terá mais leitores do que se publicar um livro.

9. Você pode terminar uma lista de dez com nove itens e nenhum editor vai chamar a sua atenção.

Marta Barcellos

sábado, 13 de março de 2010

Baseada em quê?!?!

6 de março, em torno de 6h da manhã. Mais uma festa acabando, fome apertando. Paradinha já tradicional no Mc Donald's da Silva Só para o lanchinho da madrugada. Aquele que salva as nossas vidas após uma noite forte no Beco.

Numa turma grande, ainda que a maioria esteja cansada e com sono, tem sempre um amigo que garante as gargalhadas da galera devido à dose elevada de álcool. Nessa noite, tivemos muita sorte porque o Quindim estava com um espírito meio cineasta, sempre com a câmera a postos fotografando e filmando momentos, muitos dos quais não podem ser publicados nem sob tortura.

Felizmente, o melhor de todos é perfeitamente publicável. Fran, prepare-se para virar celebridade local, nacional, internacional. E tudo por culpa do Quindim e suas escolhas incompreensíveis!!! De novo!!!

quinta-feira, 11 de março de 2010

Esclarecimento

O blog diz que é dia 10, mas como já são 2h20 da manhã, tecnicamente já é dia 11.

Só pra ninguém achar que eu estou perdida no tempo...

Roda Viva II


11 de março. Hoje eu completaria 4 anos de casamento. Pouco mais de um ano se passou depois da separação, e eu ainda me flagro chocada quando penso em como minha vida mudou em tão pouco tempo.


Roda mundo, roda gigante, roda moinho, roda pião... O tempo rodou num instante nas voltas do meu coração...


E vamos ver pra onde a roda viva me leva agora...



segunda-feira, 1 de março de 2010

Roda Viva

A minha curta experiência de vida tem me mostrado a inutilidade de planejar. De que adianta passar a vida planejando mil coisas se, de repente, não mais que de repente, o acaso sempre termina por nos surpreender, nos sacudir e nos fazer repensar tudo aquilo que tínhamos certeza que daria tão certo?

De acordo com os planos que eu tinha até pouco tempo atrás, eu jamais poderia estar acordada num domingo, às 2h43 da manhã, escrevendo um post no meu blog. Deveria estar aproveitando as poucas horas de sono antes de ter que acordar para a próxima mamada do bebê. Pasmem.

Flashback...

Quando estava no 2º ano do Ensino Médio, em Curitiba, me apaixonei pelo irmão de umas das minhas melhores amigas do colégio. Começamos a namorar e rapidamente entendi que meu primeiro namorado sério era o amor da minha vida. Não podia viver sem ele em hipótese alguma. Estava mais feliz do que nunca. Um belo dia recebo a seguinte notícia: "Filha, vamos nos mudar para Porto Alegre." Chorei, esperneei, disse que não ia. Que escolha tem uma menina de 16 anos? Fui obrigada a acompanhar meus pais.

Numa conversa séria com o namorado, decidimos continuar namorando. Na época, viagens de avião não eram tão baratas como são hoje, mas o que são 12 horas dentro de um ônibus quando estamos morrendo de saudade? Nada! E assim foi. Passei um ano inteiro odiando Porto Alegre, meu colégio, meus professores e colegas com todas as minhas forças e viajando para Curitiba em todos os feriados e finais de semana possíveis. E então vieram os primeiros planos realmente sérios da minha vida: 1) terminar o Ensino Médio em Porto Alegre; 2) prestar vestibular em Curitiba; 3) voltar a morar em Curitiba; 4) arrumar um emprego e cursar a faculdade; 5) casar e ser feliz para sempre com meu grande amor.

Seria um conto de fadas se tudo de fato tivesse ocorrido dessa forma. Só que mesmo uma adolescente apaixonada tem seus lapsos de lucidez. Num desses, me dei conta de que Porto Alegre nem era tão ruim assim; que meus colegas também não eram completos imbecis como eu gostava de pensar; e que meus pais não estavam de todo errados ao julgar que sair de casa, trabalhar e morar longe da proteção deles não era uma boa idéia. Aos poucos, me dei conta, ainda, de que a distância atrapalha muito um relacionamento. E que, se eu já não estava tão disposta assim a sair da barra da saia da mamãe para realizar meus planos, era porque talvez o amor da minha vida não fosse de fato o amor da minha vida. Resultado: em dezembro passado completei 10 anos em terras gaúchas. Ainda bem que na época do vestibular, meu pai me obrigou a me inscrever na UFRGS.

Continuando. Comecei a faculdade aos 17 anos e logo vieram novos planos: estudar muito, fazer mestrado, doutorado, trabalhar, ganhar dinheiro e, só depois de tudo isso, casar, ter filhos e... viver feliz para sempre. Aos 19, não mais que de repente de novo, o amor bate à minha porta novamente. Mas agora era diferente! Estava apaixonada de verdade! Agora sim tinha encontrado meu grande amor. E lá se foram meus malditos planos outra vez.

Cheguei ao final da minha graduação com casamento marcado. Em dezembro de 2005, passei na seleção de mestrado. Em janeiro de 2006, chorei litros no Salão de Atos da UFRGS. Em março, chorei mais alguns litros na Paróquia São Manoel, com vestido branco e buquê de rosas vermelhas. A ordem dos acontecimentos sofreu pequenos ajustes, mas os planos não estavam completamente alterados.

Então, a partir daquele momento, eu era uma mulher casada, formada e empregada. Tudo sob controle. O próximo passo era óbvio: filhos. 25 anos é uma ótima idade para ser mãe. Esse era o novo plano. Casei aos 22. Três anos pareciam tempo suficiente para o casal se organizar e curtir a vidinha a dois antes da chegada do primeiro rebento. Certo?

Certíssimo. Plano perfeito, se não fossem os problemas externos e internos que a gente sempre acha que vai conseguir superar, mas, quando se dá conta, já é tarde demais. Com muita tristeza e frustração, vi meus planos irem por água abaixo mais uma vez. E, logo após completar os tais 25 anos, estava solteira novamente.

Hoje...

Aos 26, permaneço solteira, trabalhando, estudando, me divertindo. Algumas amizades mantidas e cultivadas com carinho. Novos amigos sempre bem vindos e também cultivados com carinho. E os planos? Desisti de fazê-los. Tenho minhas metas e me esforço para cumpri-las. A diferença é que as metas são a curto prazo. A vida é dinâmica demais. De nada adianta decidir o que vai ser dela daqui a 5, 10, 15 anos, se não temos a menor idéia do que vai acontecer nos próximos 30 minutos. O amanhã não passa de uma ilusão. O que existe é o HOJE, o AGORA. Afinal de contas, o futuro depende exclusivamente do que faço no presente. E o presente é cheio de surpresas.

A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino pra lá...

Chico Buarque