A vida é engraçada. Já repararam que estamos sempre esperando ansiosamente por alguma coisa?
Quando crianças, esperamos pelo momento de ir à escola, aprender as primeiras letras e, finalmente, conseguir ler os anúncios nos outdoors, as revistinhas da Turma da Mônica, etc. Nem Deus deve saber onde vai parar esse gosto pela leitura quando chega a adolescência. Mas isso é assunto para outro post.
Falando em adolescência, essa deve ser a fase em que mais esperamos. Primeiro, queremos mais que tudo no mundo fazer 18 anos, tirar carteira de motorista e não depender mais do papai e da mamãe para nada. E com o passar do tempo, percebemos que a maioridade, em primeira instância, não muda tanto a nossa vida quanto gostaríamos. E quando, enfim, deixamos de depender dos nossos pais, temos uma imensa saudade dos tempos em que eles é que resolviam os nossos problemas. Em outro nível, ansiamos muito pelos finais de semana, pelas férias, pelas festas, pela estréia daquele filme, etc...
Chegando na fase adulta, queremos ganhar dinheiro. Trabalhamos, trabalhamos e trabalhamos mais um pouco para sobreviver, esperando incansavelmente pelo dia em que poderemos trabalhar menos e aproveitar mais a vida. E a vida vai passando...
É claro que em meio a tanto trabalho, sempre arranjamos tempo para as aventuras amorosas. E esperamos encontrar aquela pessoa que nos complete, nos compreenda e nos satisfaça em todos os sentidos. Assim, embarcamos em relacionamentos com pessoas diferentes, sempre acreditando que dessa vez acertamos. E, mais cedo ou mais tarde, algo nos faz ver que a espera ainda não terminou. E, muitas vezes, mesmo tendo a certeza de termos encontrado essa tal pessoa, temos que esperar que ela sinta a mesma coisa.
Não sei pelo que se espera depois disso. Ainda não cheguei lá. Mas algo me diz que, quando chegar, ainda não terei alcançado tudo aquilo que espero.
E, só para variar, esse papo me lembra uma canção do Chico:
"Esperando, esperando, esperando, esperando o sol
Esperando o trem, esperando aumento para o mês que vem
Esperando um filho prá esperar também
Esperando a festa, esperando a sorte, esperando a morte, esperando o Norte
Esperando o dia de esperar ninguém, esperando enfim, nada mais além
Da esperança aflita, bendita, infinita do apito de um trem..."
Pedro Pedreiro
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