Não são nem 9 horas da manhã, e estou de férias. Férias mais que esperadas e merecidas. Que faço eu acordada a essa hora, então?
Da janela do quarto posso observar uma bela manhã de sol, muitas árvores e os pássaros que ficam saltitando entre os galhos e cantando sua canção. A poesia espontânea da natureza em plena cidade.
Na televisão, ligada apenas para que vozes humanas me façam companhia, programas destinados ao público feminino me aborrecem. Dicas de culinária, decoração, limpeza, artesanato. Nada que me interesse muito a essa hora da manhã.
Pelo computador, me atualizo sobre as últimas notícias e leio os últimos posts dos blogs que gosto de acompanhar.
A pia está abarrotada de louça suja. O apartamento, que foi organizado e limpo há menos de 48 horas, já está pedindo minha atenção novamente.
Entretanto, encontro-me atirada na cama, com a TV ligada, mas sem olhar para ela; com a janela aberta, mas sem poder observar a paisagem, que fica escondida atrás da tela do notebook - apenas o canto dos pássaros me alertam para a existência de vida natural do lado de fora. Nada me incentiva a deixar o ninho para me dedicar a atividades domésticas.
Penso que poderia preparar um chimarrão, atravessar a rua e ler um bom livro no parque em frente ao prédio. A temperatura, já beirando os 30º, me desestimula. Por outro lado, a sensação de tempo perdido de quem está enclausurada no quarto num lindo e ensolarado dia me diz que seria uma ótima ideia. Talvez eu faça isso mesmo. Não sei ainda.
Sinto-me perdida, sozinha em casa, após uma noite interrompida repetidas vezes pela sede, vontade de ir ao banheiro, sonhos estranhos dos quais não me recordo.
Sinceramente, acho que preciso voltar a trabalhar. Excessos me fazem mal. Até mesmo excesso de férias.
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