Sem mandamentos

Eu tenho um gosto musical bem eclético. Aprendi a gostar de certos artistas com meus pais, tios, avós quando era bem criança e, cada vez que ouço, gosto mais. A maioria dos meus amigos detestam Oswaldo Montenegro, por exemplo. Escuto Oswaldo há anos e sempre gostei. Neste exato momento estou assistindo ao dvd ao vivo: 25 anos e me deliciando com as composições lindas e com o carisma dele.

Na verdade, resolvi escrever esse post pra compartilhar um momento quase epifânico com quem quer que leia as bobagens que escrevo.

Transcrevendo Oswaldo:

"Eu procurei a música na qual eu tive mais alegria... aquela música pela qual não vazasse a mínima nostalgia, a mínima melancolia... e achei. [...] É a música mais feliz que compus e a que me deixa mais feliz quando canto."

Sem mandamentos

Hoje eu quero a rua cheia de sorrisos francos
De rostos serenos, de palavras soltas
Eu quero a rua toda parecendo louca
Com gente gritando e se abraçando ao sol
Hoje eu quero ver a bola da criança livre
Quero ver os sonhos todos nas janelas
Quero ver vocês andando por aí
Hoje eu vou pedir desculpas pelo que eu não disse
Eu até desculpo o que você falou
Eu quero ver meu coração no seu sorriso
E no olho da tarde a primeira luz
Hoje eu quero que os boêmios gritem bem mais alto
Eu quero um carnaval no engarrafamento
E que dez mil estrelas vão riscando o céu
Buscando a sua casa no amanhecer
Hoje eu vou fazer barulho pela madrugada
Rasgar a noite escura como um lampião
Eu vou fazer seresta na sua calçada
Eu vou fazer misérias no seu coração
Hoje eu quero que os poetas dancem pela rua
Pra escrever a música sem pretensão
Eu quero que as buzinas toquem flauta-doce
E que triunfe a força da imaginação

E eu, que nunca tinha prestado a devida atenção a essa canção, me flagro absolutamente encantada. Linda demais, quase uma filosofia de vida. Vida sem mandamentos. Tudo que eu quero. Viva o Oswaldo!

Pérolas da Redação

Fazer parte da equipe de correção de redação do vestibular é uma honra. Reencontrar colegas de faculdade que não via há muito tempo é um prazer. A grana que se ganha é muito boa também. O trabalho é intenso e cansativo, mas, felizmente, a criatividade e a estupidez de alguns candidatos proporcionam momentos impagáveis de diversão. Eis algumas das pérolas que marcaram a correção 2010:

*"Não devemos colar chiclé embaixo da mesa. O chiclé demora milhões de anos pra se decompor embaixo da mesa." (pode jogar na rua mesmo, galera...)

*"Hoje em dia, as pessoas tem se tornado cada vez mais agressivas. Especialmente em dias chuvosos." (medo!)

*"A adesão da goma de mascar à roupa da vítima jamais será ressarcida." (isso é que veremos da próxima vez que eu sentar num chiclé!)

*"Eu vivo dentro de uma bolha. E essa bolha se chama liberdade." (como assim, cara pálida?!)

Ai, ai... como diria minha amiga Ju, pra mim CHEGA!

E vamos comemorar o fim da correção!!!!

Simplicidade

Gosto mesmo é das coisas simples. Não quero luxo, não sou ambiciosa. Tenho projetos e sonhos e trabalho diariamente na certeza de que um dia vou concretizar todos eles. A felicidade não se inclui entre os meus sonhos e projetos. A felicidade já é uma realidade pra mim. Depois de muitos altos e baixos na minha vida, cheguei à conclusão de que não dá pra esperar que tudo aconteça pra depois ser feliz. Sou feliz todos os dias, mesmo que às vezes a tristeza me faça uma visita.

Ando a pé, de ônibus, de táxi, de carona. Moro num apartamento alugado. Não tenho nada realmente meu. Trabalho muito para pagar todas as contas e ainda conseguir me divertir no fim de semana. Tá bom, admito que não é só no fim de semana. Mas isso não é lamentação, porque, embora frequentemente me irrite porque tenho que ir trabalhar de ônibus, porque o aluguel está caro, porque não sobrou dinheiro pra fazer algo que eu queria, nada disso me abala mais.

Fazendo um balanço do último ano, vejo que não eram esses os problemas que faziam de mim uma pessoa irritada, nervosa e, às vezes deprimida. Ao longo de 2009, descobri que não era aquela velha chata que achava que era. Descobri que mesmo com todos os problemas e estresses da vida, as coisas sempre andam pra frente e se ajeitam cedo ou tarde. E não dá pra esperar que elas se ajeitem pra aproveitar o bom da vida.

E o bom da vida não são apartamentos, carros, dólares... Ok, sem hipocrisia. É claro que tudo isso é muito bom. Mas bom mesmo é saber que sempre tem alguém pra te convidar pra uma cervejinha, uma boa conversa. Bom é saber que com 10 reais no bolso dá pra se divertir uma noite inteira se as companhias forem as melhores. Bom é deitar e ler um livro, ver um filme, curtir uma música. Bom é conversar com todo mundo ao mesmo tempo no MSN, Orkut, Twitter e ficar rindo sozinha na frente do computador. Bom é conhecer pessoas novas, se encantar por elas e não entender como viveu tanto tempo sem. Bom é não ter a menor idéia do que me espera no dia seguinte e morrer de expectativa. Bom é ter liberdade. Bom é viver simples e intensamente.

Pigs

Explorando um site de dicas de inglês indicado pela Hires, encontro algo que tem a ver com o post anterior. Vejam como é interessante:

FIVE REASONS PIGS ARE MORE AWESOME THAN YOU

1 - PIGS ARE RANKED #4 IN ANIMAL INTELLIGENCE - they are only outranked by elephants, dolphins and chimps;

2 - PIGS CAN EAT - a pig can (and will) eat pretty much anything;

3 - PIGS CAN SCREAM - the sound made by a jet engine is about 113 decibels; a pig can scream at 115 decibels;

4 - PIGS ARE FAST - a pig can run a seven minute mile;

5 - LAST, BUT NOT LEAST: A PIG'S ORGASM LASTS 30 MINUTES!!!

CONCLUSION

Pigs are fast, fornicating, fantastic creatures who stink of rancid awesomeness.

Created by The Oatmeal

Thy, levando tudo isso em conta, tem certeza que tu quer ser um simples porquinho-da-Índia?

Pérolas do Thy, ou O Porquinho-da-Índia

Thyago: Vocês sabiam que o porquinho-da-Índia nasce e e se torna adulto em três dias? Eu quero ser um porquinho-da-Índia!!!

E por que vocês acham que o Thy gostaria de se tornar adulto tão precocemente?

Comunicação (ou falta de...)

Não é incrível como a gente entende só o que quer respeito do que os outros falam ou escrevem? Por que será que é tão difícil captar a mensagem real?

Talvez minha super melhor amiga linguista interacional consiga responder. Eu só sei que metade dos problemas de muita gente se resolveria muito mais facilmente se a comunicação não fosse tão falha. Talvez, ainda, um pouquinho de boa vontade ajudasse.

Chico diz...

Pense que eu cheguei de leve

Machuquei você de leve

E me retirei com pés de lã

Sei que seu caminho amanhã

Será um caminho bom

Mas não me leve

Tão simples, mas tão real. Chico sempre me emociona.

Estou super buarqueando hoje depois do espetáculo de ontem no Opinião. Delícia!

Deixa estar...

Filosofia de vida inspirada na música da Gadú:

♪♫ Deixa estar que o que for pra ser vigora... ♪♫

Cada vez mais acredito nisso.

Surpresa!

Gente, que felicidade! Muito por acaso, dando uma espiada no MySpace da Maria Gadú, me deparo com a notícia mais legal da semana:

Próximos shows

14 jan 2010 23:00 Bar Opinião Porto Alegre, RS

Muito bom pra ser verdade!

Não preciso nem dizer que tratei de comprar o ingresso imediatamente, né?

Do nada

Nas últimas semanas, ganhei uma série de novos amigos me aproximando de pessoas que já conhecia e conhecendo outras novas. Sem mais nem menos, descobrem-se afinidades e a conversa vai se tornando cada vez mais agradável e interessante.

Acho tão incrível permitir que pessoas legais entrem na nossa vida. É tão bom ampliar o círculo de amizades, ter com quem contar, poder discutir assuntos diversos com pessoas diversas, trocar ideias, experiências...

Mas, para mim, o mais inacreditável é que tem gente que não consegue entender que amizades podem, sim, surgir do nada. E, assim, acabam afastando pessoas que poderiam vir a tornar-se especiais e indispensáveis em sua vida. Desperdício.

Não precisamos excluir ninguém da nossa vida para que novos amigos entrem. A idéia é somar, multiplicar. Tem lugar para todo mundo!

Expandida e pouco aplicada

Uma noite de sábado quente como hoje em Porto Alegre pede uma cerveja na Cidade Baixa, cenário onde as coisas mais bizarras acontecem e alguns personagens já se tornaram clássicos. Uma dessas figuras é a senhora que vende incensos. Sim, a senhora, não o peruano (colombiano? argentino?) inconveniente. Aquela que alguns anos atrás pintava os cabelos de uma cor estranha, meio azul.

Estávamos eu e uma amiga apreciando uma Bohemia bem geladinha e comendo mini-pastéis (com ou sem hifen?) de carne com mussarela, quando a tia dos incensos passa por nós. Interrompemos a fofoca do momento para fazer comprinhas. Entre uma explicação e outra a respeito da energia transmitida por cada tipo de incenso, ela resolve falar sobre a energia (na falta de um termo melhor, vai esse mesmo) que sentiu vinda de mim. Eu, cética, do tipo que só acredita naquilo que pode ver e tocar, achei uma viagem completa. Mas a minha porção curiosa falou mais alto, e acabei prestando atenção.

Segundo ela, a energia vinda da minha pobre pessoa foi tão forte que ela conseguiu sentir antes mesmo de chegar perto de mim. Não lembro exatamente quais as palavras usadas por ela, mas, de forma resumida, a tia disse que sentia vibrações boas e que eu estou cheia de amor para dar. Amor contido. Será? Não sei, mas achei super engraçado. Fiquei sabendo ainda, que preciso de muita música e dança na minha vida. Adoro!!!

Antes de ir embora, ela se vira para a minha amiga e diz:

- Olha só... o problema é que ela está expandida e pouco aplicada.

What the fuck?! Alguém pode me ajudar a decifrar isso?

Ô Hiiiiiiiires!!!!! É isso mesmo, ou eu entendi tudo errado?

Seja lá o que for, achei divertido. Pelo menos a tiazinha não viu nada de ruim em mim e não cobrou nada pela análise. E, na dúvida, vou ver se consigo aplicar melhor toda essa expansão.

Coração de pedra

Hoje me indicaram um livro chamado O próximo amor, de um certo Yves Simon, do qual, desculpem a ignorância, nunca tinha ouvido falar. Ainda não comecei, mas como sou super curiosa e louca por livros, vou tratar de ler e ainda pesquisar alguma coisa sobre o autor. Se for interessante, posto comentários por aqui.

Alguns devem estar pensando: que tipo de idiota escreve um post sobre um livro que nem leu ainda? Oras, este post não é sobre o livro, e sim sobre uma espécie de poema que aparece no meio dele.

Não sou uma pessoa nada romântica, devo confessar. Em geral, não sou muito boa para dar demonstrações de amor, carinho, afeto, essas coisas. Sou uma pessoa muito objetiva e prática. À vezes até demais. Não acho que isso seja bom ou ruim. É apenas um traço da minha personalidade, que não é das mais fáceis mesmo. Minha melhor amiga sempre diz que, antes de me conhecer e conviver comigo, as pessoas deveriam ler um certo manual intitulado Como lidar com pessoas difíceis. Nem sei se isso existe, mas quem se propuser a escrever, talvez venha a se tornar um best seller.

Também não sou uma grande leitora de poesia. Pessoa, Bandeira, Drummond e Vinícius tem um lugar todo especial no meu coração. Porém, a verdade é que a prosa sempre me atraiu muito mais. No entanto, isso não quer dizer que versos inspirados não possam tocar esse coraçãozinho de pedra. A literatura tem dessas coisas... E é por isso que resolvi transcrever o tal poema aqui. Deliciem-se.

Minha adorada, meu amor, meu universo...

Quem a enviou para mim?

A qual sinal vindo de você, de mim ou das coisas do mundo obedeci para chegar à minha certeza?

Será que você você é a imagem da perfeição desconhecida por mim?

Por que você?

Será que me perguntei tanto que essa questão não vale mais?

Ou, ainda, será você a resposta evidente a uma questão colocada?

O extraordinário é que, entre todas as coisas, a mais difícil de aceitar é a evidência.

Gadú

Minha última descoberta musical é Maria Gadú. Estou completamente viciada. Ouço rigorosamente todos os dias e não me canso. Ouvi a voz dela pela primeira vez durante os comerciais da Globo. Normalmente fico trabalhando e brincando no computador escutanto a tv, que fica o tempo todo ligada mas quase nunca é o foco da minha atenção. E Shimbalaiê pra cá, Shimbalaiê pra lá... me dei conta de que a música não me saía da cabeça. Fui pesquisar de quem era aquela música e achei outras tantas que me surpreenderam imensamente. A moça consegue tornar agradáveis músicas de Kelly Key e Sandy & Jr., por exemplo. Há também releituras de mestres, como Chico Buarque e até Noel Rosa, cujo samba Filosofia ganhou uma versão com melodia de I told you I was trouble, de Amy Winehouse. O que poderia ser mais distante de Noel Rosa do que Amy Winehouse? Não sei, mas deu super certo. Não percam, ainda, a versão de Killing me Softly, arrasadora na voz dela. Sem falar em Encontro, Tudo Diferente, Linda Rosa: letras bonitas, melodias agradáveis e voz indescritível.

É quase deprimente perceber que outros tantos talentos indiscutíveis como Maria Gadú cantam escondidos em karaokês Brasil afora, enquanto meros golpes publicitários desprovidos de qualquer habilidade ocupam espaço na mídia e enchem os bolsos de dinheiro.

De qualquer forma, é sempre melhor olhar pelo lado positivo e ficar feliz quando uma novidade como essa surge no horizonte. A voz deliciosa de Maria Gadú veio pra ficar. E eu garanto que não vou enjoar!

A maçã

Explicando o título do blog. Pensando na simbologia que existe por trás de uma frutinha tão corriqueira como a maçã, me flagrei refletindo sobre o pecado. O que seria o pecado? Sem levantar questões bíblicas, apenas olhando objetivamente para o assunto, não acho que um dia haverá algum tipo de consenso quanto ao que constituiria o pecado. Religião e cultura são fatores que influenciam muito a sociedade de forma geral.

Na minha modesta opinião, entretanto, o pecado talvez nem exista. Talvez seja apenas mais um conceito criado para manipular os pensamentos e as atitudes das pessoas. Acredito mesmo que o único pecado que podemos cometer é contrariar nossos próprios instintos, desejos, vontades. Sejam eles quais forem.

Posso parecer uma pessoa muito egoísta dizendo uma coisa dessas. Mas a minha curta experiência de vida já foi suficiente para me mostrar que o importante é que a gente se sinta feliz. O ideal seria ser feliz sem magoar outras pessoas. Mas se esse for o preço, nada pode ser feito. A vida precisa ser bem aproveitada. Portanto, não tenhamos medo de morder a maçã. Pecado é não morder.

Oficina do Diabo

Lembro de ter ouvido este ditado muitas vezes: "cabeça vazia, oficina do diabo". Não sei se concordo. Acho mesmo que o diabo habita as cabeças mais cheias. Ele gosta do caos. Uma cabeça vazia seria um ambiente calmo e tranquilo, muito parecido com o paraíso, o que, naturalmente, não lhe pareceria interessante. Penso que uma mente inquieta combina mais com uma personalidade diabólica.

Não, não estou dizendo que pessoas que pensam demais e fazem muitas coisas tem alguma relação com o coisa ruim. Nem estou dizendo que o o paraíso é o melhor lugar que existe (existe?). Eu mesma tenho certeza de que não conhecerei o céu e nem quero. Prefiro reencontrar a galera lá embaixo mesmo. Muito mais divertido.

Esse raciocínio maluco começou porque eu resolvi despejar minhas ideias no espaço virtual. Assim, esvazio um pouco a cabeça e deixo o tal do diabo mais longe de mim. Pelo menos por enquanto, tudo me leva a crer que o ditado mais correto seria: "cabeça cheia, oficina do diabo".

Bem vindos!